O ator e realizador norte-americano morreu esta terça-feira, dia 16, aos 89 anos. Protagonista de filmes como “A Golpada”, “Os Homens do Presidente” ou “África Minha”, realizou filmes como “Gente Vulgar”, que lhe valeu o Óscar de Melhor Realizador, e criou o Festival de Sundance
Jornalista
Crítico de Cinema
Morreu Robert Redford.
A notícia foi dada num comunicado assinado por Cindi Berger, chefe executiva da empresa de publicidade Rogers & Cowan PMK, avança o jornal “The New York Times”.
O ator e realizador norte-americano tinha 89 anos e morreu esta terça-feira, durante o sono, dizem as mesmas fontes.
Robert Redford estaria em sua casa, no estado norte-americano do Utah. O comunicado não indica a causa de morte da estrela do cinema norte-americano.
Em 2013, Jorge Leitão Ramos, crítico de cinema do “Expresso”, entrevistou Robert Redford no Festival de Veneza. Nessa altura, escreveu nas páginas do suplemento “Atual”:
“Começou jovem como ator de televisão, na primeira metade dos anos 60, até que, em 1965, Robert Mulligan lhe deu um papel de relevo em "O Estranho Mundo de Daisy Clover", que lhe valeu o Globo de Ouro para a Melhor Revelação Masculina e o pôs no mapa. Era um galã loiro e bonito e tornou-se a coqueluche de Hollywood. Em 1973, com Barbra Streisand, formou o par romântico de "O Nosso Amor de Ontem", um colossal sucesso. Nesse mesmo ano, foi um dos protagonistas de "A Golpada", nomeado para o Óscar, que não ganhou. Como ator, nunca ganhará a estatueta.
Por esses anos, começou a conquistar fama de liberal, que algumas intervenções cívicas e os papéis de "Os Três Dias do Condor" (1975) ou "Os Homens do Presidente" (1976) cimentaram. Em 1980, passou para o outro lado da câmara e encetou uma carreira de realizador com um drama de cortar o coração, "Gente Vulgar", um êxito de bilheteira que a Academia crismou como o Melhor Filme do Ano e que deu a Redford o Óscar de Melhor Realização. De 1985, apenas como ator, foi o estelar "África Minha".
Envolvido na promoção do cinema independente desde a década de 70, Robert Redford viria a fundar o Festival de Sundance, um polo internacional que, juntamente com o Sundance Institute, tornaria possível a muitos jovens realizadores desenvolver projetos e ganhar visibilidade. Mas é como testemunha da realidade americana, nos seus valores mais fundos, que a obra de Redford nos interessa. Embora o público não tenha dado sempre os seus favores aos filmes, obras como "Quiz Show" (1994), "Peões em Jogo" (2007) ou "A Conspiradora" (2010) são parte essencial de uma cinematografia que continua a encontrar espaço para interrogar a realidade americana.”
Em 2018, Robert Redford anunciou o final da sua carreira.
Robert Redford teve quatro filhos, fruto do seu primeiro casamento, com Lola Van Wagenen. O primeiro dos filhos, Scott Anthony Redford, morreu com dois meses e meio, vitimado pela síndrome de morte súbita infantil. A segunda filha, Shauna Jean Redford, é pintora, e a mais nova, Amy Hart Redford, é atriz, realizadora e produtora. David James Redford, terceiro filho do casal, que se destacou como autor de documentários e ativista ambiental, morreu em 2020, aos 58 anos. Robert Redford, que em 2009 voltou a casar, com Sibylle Szaggars, deixa sete netos.
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