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Centenário de Guerra Junqueiro: de poeta cantado a ilustre desconhecido

Centenário de Guerra Junqueiro: de poeta cantado a ilustre desconhecido

O mais lido e aclamado poeta português, na transição do século XIX para o século XX, desencadeou as maiores polémicas religiosas e políticas. Apesar de todas as consagrações, deixou de ter a projeção literária que em tempos lhe foi atribuída

António Valdemar

Cem anos depois da morte de Guerra Junqueiro, glorificado no Panteão Nacional, será possível recuperar a leitura da sua obra, tal como se verificou durante décadas? Os livros de português no ensino secundário ainda reproduzem poemas de Junqueiro? Tanto quanto se pode avaliar, o culto de Junqueiro (1850-1923) circunscreve-se às manifestações que decorrem na sua terra natal, Freixo de Espada à Cinta. Deixou de ter a amplitude que o situava na mais elevada dimensão nacional, embora neste centenário sejam várias as iniciativas que ajudam a recordá-lo. A partir de hoje, data da morte do escritor, e até julho do próximo ano, Freixo de Espada à Cinta, Porto, Lisboa e Viana do Castelo — à cidade onde nasceu juntam-se aquelas em que desenvolveu o seu trabalho — acolhem um conjunto de exposições, palestras, atividades educativas e concertos.

A partir de 1915, a geração que lançou a revista “Orpheu” — Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros e Alfredo Guisado — abriu novos caminhos na literatura, em especial na poe­sia. Em relação ao passado próximo, elegeu Antero, Gomes Leal e Cesário Verde entre os poetas preferidos. Outros nomes do século XIX e XX também deixaram de ter o reconhecimento que lhes era dispensado.

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