
Os mais vistos são como jogos de futebol e tiveram melhores audiências que os debates de 2016, apesar de ser uma eleição para um eventual segundo mandato. Ventura está nos dois primeiros lugares, Marcelo em primeiro e terceiro
Os mais vistos são como jogos de futebol e tiveram melhores audiências que os debates de 2016, apesar de ser uma eleição para um eventual segundo mandato. Ventura está nos dois primeiros lugares, Marcelo em primeiro e terceiro
Jornalista
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Se Marcelo Rebelo de Sousa era a estrela da pré-campanha, André Ventura seria o candidato-incógnita a gerar curiosidade acrescida no eleitorado e Ana Gomes a challenger mais séria do Presidente, enquanto Marisa Marias era aquela que, em teoria, faria o debate mais polarizado com o chefe do Chega. Se não era assim, é o que parecem refletir os dados das audiências dos frente a frente presidenciais, onde pelo menos três dos confrontos políticos tiveram uma audiência equivalente ao que se pode registar em jogos de futebol da Champions.
O pódio dos debates quanto ao interesse registado junto dos potenciais eleitores é este, segundo os dados das audiências medidos pela GFK: o confronto Marcelo/Ventura lidera os 21 duelos com 2 milhões de espetadores de audiência média (somando SIC com SICN); em segundo lugar ficou Ventura/Marisa, com 1,7 milhões de espectadores de audiência média (também números acumulados da SIC e SICN); o terceiro lugar é para o confronto Ana Gomes/Marcelo, com quase 1,7 milhões de pessoas a ver (acumulado da RTP1 com a RTP3).
Numa altura em que as campanhas estão muito condicionadas devido à pandemia - e agora talvez irremediavelmente comprometidas com Marcelo infetado com covid-19 - os debates televisivos entre candidatos ganharam ainda maior relevância. Nas últimas eleições presidenciais, há cinco anos, o debate entre Marcelo Rebelo de Sousa e António Sampaio da Nóvoa foi o que alcançou o maior número de espectadores: 1,326 milhões (este ano seria apenas o terceiro mais visto). Em segundo lugar, ficou o frente a frente entre Sampaio da Nóvoa e Maria de Belém, com 1,064 milhões de espectadores (ficaria hoje na sexta posição).
Os resultados destes programas, porém, não refletem apenas o interesse político dos debates em causa, mas são também influenciados, por inércia, pelas audiências que os canais já costumavam registar à partida. E é preciso também distinguir aqui os confrontos entre os que foram emitidos em canal generalista aberto e os que ficaram remetidos apenas ao cabo. Assim, o quarto mais visto foi Ferreira/Marcelo, com 1,13 milhões de espectadores como audiência média (acumulado da TVI com a TVI24). A realidade dos canais generalistas (onde Marcelo teve a maioria das aparições) é muito diferente dos canais fechados: o melhor resultado no cabo foi de Marisa/Mayan, mas aparece apenas na décima posição, com 307 mil espectadores de audiência média na SIC Notícias.
Apesar de ser um dos duelos mais esperados e politicamente mais relevantes entre os candidatos teóricos ao segundo lugar, o debate entre Ana Gomes e André Ventura surge apenas em quinto lugar, com 1,12 milhões de audiência média (na TVI e na TVI24).
Ventura/Marcelo - 2 milhões de audiência média (SIC 1.834 mil + SICN 247,3 mil)
Ventura/Matias - 1,75 milhões de audiência média (SIC 1.568,1 mil + SICN 185 mil)
Gomes/Marcelo - 1,69 milhões de audiência média (RTP1 1.583 mil + RTP3 109 mil)
Ferreira/Marcelo - 1,13 milhões de audiência média (TVI 1.059 mil + TVI24 74 mil)
Gomes/Ventura - 1,12 milhões de audiência média (TVI 1.848 mil + TVI24 279 mil)
Ferreira/Matias - 1 milhão de audiência média (RTP1 953,5 mil + RTP3 71 mil)
Marcelo/Matias - 873,7 mil de audiência média (RTP1 845,9 mil + RTP3 27,8 mil)
Gomes/Ferreira - 802,8 mil de audiência média (RTP 748,3 mil + RTP3 54,5 mil)
Marcelo/Mayan - 721,5 mil de audiência média (RTP1 678,7 mil + RTP3 42,8 mil)
Matias/Mayan - 307,3 mil de audiência média (SICN)
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