IL critica PSD-M por escolher a “via mais fácil”: em vez de “baixar impostos”, optou pela “visão animalista”
Liberais garantem que avaliarão as medidas “caso a caso” na Madeira. E deixam fortes críticas à escolha do parceiro de governo
Liberais garantem que avaliarão as medidas “caso a caso” na Madeira. E deixam fortes críticas à escolha do parceiro de governo
Jornalista
A Iniciativa Liberal (IL) arrasa a escolha do parceiro do Governo de coligação PSD/CDS na Madeira, acusando os sociais-democratas de escolherem a “via mais fácil”: uma visão “proibicionista” em vez de um “caminho reformista”. E garante que avaliará as medidas “caso a caso”.
“O PSD, podendo optar por um caminho reformista, orientado para a liberdade económica, política e social, acabou por decidir pela via proibicionista, sectária, limitadora da atividade económica associada ao turismo, dirigista e inimiga do mundo rural. Preferiu uma governação condicionada por uma visão animalista do que baixar impostos às pessoas”, afirma a IL em comunicado assinado por Nuno Morna, coordenador da IL Madeira e Rui Rocha, presidente dos liberais.
Depois de, na noite eleitoral de domingo, a IL se ter manifestado aberta ao diálogo com vista a garantir uma solução de estabilidade na Madeira, o partido assume agora que foi contactado a “vários níveis pelo PSD”, mas que foi surpreendido pouco depois pelas notícias sobre as negociações em curso com o PAN.
Face ao acordo alcançado, o partido reconhece que se sente “desobrigado” de “qualquer responsabilidade”, prometendo avaliar as medidas no parlamento regional “caso a caso”. Essa era já, aliás, a proposta inicial do partido mesmo face à possibilidade de um entendimento com os sociais-democratas.
“Reduzir a carga fiscal e assegurar o combate à corrupção e uma maior transparência são áreas em que se percebe agora que o PSD teria grandes dificuldades em assumir compromissos, optando por sacrificar o interesse dos madeirenses e abdicando de qualquer tipo de coerência no país”, atiram ainda os dirigentes liberais
A IL anuncia ainda que as primeiras propostas que irá apresentar na Assembleia Legislativa da Madeira terão como objetivo a redução da carga fiscal e a possibilidade do voto antecipado em mobilidade para os madeirenses.
Em entrevista à CNN, Rui Rocha considerou esta noite que o PSD-Madeira escolheu o PAN por ser um parceiro “mais maleável” e apontou “falta de sintonia entre o partido a nível regional e nacional. "Sobrepôs-se a visão de Miguel Albuquerque", observou o líder liberal.
Também André Ventura deixou fortes críticas ao acordo alcançado, acusando o PSD de “vender a alma ao diabo” para se manter no poder na Madeira. “É uma traição profunda à direita”, notou.
Miguel Albuquerque admitiu, por sua vez, que a escolha do PAN para parceiro se tratou de uma escolha pessoal. Em causa estarão divergências pessoais, mas o líder do PSD/M não afastou, contudo, a possibilidade de acordos pontuais com a IL.
Artigo atualizado às 21h58
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