Política

PS defende palavras de Lula sobre guerra na Ucrânia e responde ao PSD com exemplo de Macron

PS defende palavras de Lula sobre guerra na Ucrânia e responde ao PSD com exemplo de Macron
MIGUEL A. LOPES

Jamila Madeira respondeu a Paulo Rangel, considerando que posição de Lula da Silva é pela paz. Tal como a de Emmanuel Macron — “e não creio que o PSD venha dizer que nos temos de demarcar dele”

O dia está novamente marcado pelas declarações de Luís Inácio Lula da Silva sobre a guerra na Ucrânia. Em visitas à China e aos Emirados Árabes Unidos, o Presidente do Brasil deixou críticas à União Europeia e aos EUA, acusando-os de prolongarem o conflito. “A Europa e os EUA continuam a contribuir para a continuação da guerra”, disse o recém-empossado chefe de Estado brasileiro, a dias de visitar Portugal e discursar na cerimónia de comemoração do 25 de Abril.

Lula da Silva deixou ainda apelos a negociações de paz, convocando países como a China. “O G20 [foi] formado para salvar a economia [mundial], que estava em crise”, lembrou Lula. “Agora, é importante criar outro tipo de G20 para pôr fim a esta guerra e estabelecer a paz. Esta é a minha intenção e penso que vamos ser bem-sucedidos.”

À direita, os partidos exigem que o PS se demarque das palavras de Lula. “Portugal não pode pactuar com quem esquece que há um agressor e um agredido”, disse Paulo Rangel. A vice presidente da bancada do PS, Jamila Madeira, responde. “Aquilo que nós vemos - como vimos fomentada nos últimos dias pelo Presidente [francês Emmanuel] Macron e agora também fomentada pelo Presidente Lula - é uma preocupação legítima de Portugal, dos portugueses, dos cidadãos do mundo que é a busca pela paz.”

Para o PS, Lula tem procurado fomentar “a busca pela paz” na Ucrânia e as suas preocupações e declarações são legítimas. Foi o que garantiu Jamila Madeira à agência Lusa. “Sem prejuízo de condenar veementemente o momento de violação do direito internacional de provocação desta guerra pela Rússia”, é necessário “tentar procurar o mais possível que, no quadro mundial, se retome a premissa da paz”.

A deputada socialista considera que não há “nenhuma dúvida” sobre a posição do Governo português, e do PS, em relação às posições de agressor e agredido. Essa posição é de solidariedade para com a Ucrânia e com a “defesa do direito internacional e condenação do Estado que invadiu”, a Rússia.

O que não significa que não se deva falar em esforços pela paz. “Em relação à diplomacia que cada Estado promove, todas as ações que possam ser no sentido da paz são por nós acompanhadas com os instrumentos habituais. Assim como vimos o Presidente Macron — e não creio que o PSD venha dizer que nos temos de demarcar dele — também acredito que sejam essas as motivações, bem verbalizadas em vários momentos, do que o Presidente Lula está a promover”, afirmou.

Questionada sobre a posição do presidente da IL, Rui Rocha, que defendeu que a Assembleia da República “não pode receber um aliado de Putin como Lula no 25 de Abril”, a vice-presidente da bancada socialista respondeu de forma indireta.

Não vejo nenhuma alteração das nossas relações, nem nenhuma alteração da posição portuguesa relativamente a essa matéria”, afirmou Jamila Madeira.

Lula da Silva será recebido e discursará na Assembleia da República numa sessão de boas vindas no dia 25 de Abril, marcada para as 10h, hora e meia antes da tradicional sessão solene que assina o aniversário da Revolução dos Cravos.

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