Lula no 25 de abril: IL diz que Parlamento não pode receber "um aliado de Putin" nesse dia
Rui Rocha
RODRIGO ANTUNES/Reuters
O líder da Iniciativa Liberal diz que a Assembleia da República “não pode receber um aliado de Putin como Lula no 25 de Abril”. No mesmo Parlamento, lembra Rui Rocha, discursou, por videoconferência, o Presidente da Ucrânia
"A Assembleia da República que convidou Zelensky para discursar em 21 de abril de 2022 não pode receber um aliado de Putin como Lula no 25 de Abril. E o Presidente da República que atribuiu a Ordem da Liberdade a Zelensky não pode estar confortável com a presença de um aliado de Putin como Lula na AR no 25 de Abril", escreveu Rui Rocha, este domingo, na rede social Twitter.
A IL já tinha criticado que a sessão de boas vindas ao Presidente do Brasil no Parlamento português tivesse sido marcada para o mesmo dia da sessão solene do 25 de Abril (a primeira às 10:00, a segunda às 11:30) e anunciou que apenas se faria representar institucionalmente na sessão dedicada a Lula da Silva.
O líder parlamentar, Rodrigo Saraiva, defendeu então que esta coincidência de datas significava "uma instrumentalização dessa data de liberdade" que representa o 25 de Abril para Portugal.
A presença no Parlamento do Presidente do Brasil -- que visita Portugal entre 22 e 25 de abril -- tem estado envolta em polémica desde que, em fevereiro, o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, falou explicitamente num discurso de Lula da Silva na sessão solene da Revolução de Abril na Assembleia da República, assinalando o seu caráter inédito, o que mereceu a oposição de PSD, IL e Chega.
O parlamento acabou por decidir que, em vez de uma intervenção do Presidente do Brasil na sessão solene anual comemorativa, realizará, no mesmo dia, uma sessão de boas-vindas à parte durante a visita de Estado de Lula da Silva a Portugal.
Desta forma, explicou aos jornalistas, a comunidade internacional poderá "convencer" o Presidente russo, Vladimir Putin, e o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, de que "a paz é do interesse de todo o mundo".
"É necessária paciência" para falar com Putin e Zelensky, disse. "Mas, acima de tudo, temos de convencer os países que fornecem armas, que encorajam a guerra, a parar", acrescentou.