Política

Operação Vórtex: vice-presidente da bancada diz que “em momento algum” prejudicará PSD, mas não esclarece se abandona funções

Joaquim Pinto Moreira, ao centro na imagem
Joaquim Pinto Moreira, ao centro na imagem
MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

Joaquim Pinto Moreira garante que retirará “ilações” se vier a ser constituído arguido e afirma-se de “consciência absolutamente tranquila”. O deputado foi alvo de buscas domiciliárias, tendo-lhe sido apreendidos o computador profissional e o telemóvel

Joaquim Pinto Moreira, vice-presidente da bancada parlamentar do PSD, assegurou que retirará “ilações” se vier a ser constituído arguido no âmbito da Operação Vórtex. Quanto a abandonar os cargos que ocupa no grupo parlamentar e como presidente da comissão de revisão constitucional, o deputado disse que tudo dependerá dos “termos” de um eventual levantamento da imunidade parlamentar.

Em declarações aos jornalistas esta quarta-feira no Parlamento, Pinto Moreira afirmou estar de “consciência absolutamente tranquila” e no “exercício pleno” dos seus direitos. E garantiu que “em momento algum” prejudicará o seu partido, o presidente ou o líder da bancada parlamentar, por serem “pessoas absolutamente estranhas a este processo”. Questionado se não sente que está já a prejudicar o PSD, disse que “não, de todo”.

O deputado voltou a confirmar que o seu domicílio tinha sido alvo de buscas na véspera, tendo-lhe sido apreendidos o seu computador profissional e o telemóvel.

A Operação Vórtex já levou à detenção do presidente da Câmara de Espinho, o socialista Miguel Reis. Pinto Moreira, que lhe antecedeu no cargo entre 2009 e 2021, é outro dos visados na investigação da Polícia Judiciária.

Além de se dizer de “consciência absolutamente tranquila”, não se sente “de todo diminuído” na sua “capacidade” e “aptidão” para ser deputado. De resto, mostrou-se convicto de que presidirá esta quinta-feira à primeira reunião efetiva da comissão de revisão constitucional.

Em simultâneo, Pinto Moreira reitera estar “absolutamente disponível para colaborar com a justiça no tempo e no modo que a justiça achar conveniente”. “Se vier para esta Assembleia um pedido de levantamento de imunidade parlamentar, eu não me refugiarei de todo nessa imunidade e anuirei de imediato. Tenho, aliás, todo o interesse nisso”, sublinha ainda. E acrescenta que a sua constituição como arguido lhe confere “direitos de acesso ao processo” de que, de momento, não dispõe.

Mas sempre vai adiantando que “o contexto investigatório se reporta ao ano de 2022 e respeita a intenções de investimento não concretizadas e a operações urbanísticas tramitadas no atual mandato autárquico”, ainda que, concedeu, “algumas possam ter transitado de mandatos anteriores”.

E vinca novamente que saberá ler a situação se lhe for levantada a imunidade parlamentar. “Todos conhecem a minha relação desde há muitos anos com Luís Montenegro [presidente do PSD]. Somos da mesma terra, temos relações de amizade e, até em nome dessa amizade, saberei agir em conformidade.”

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