Operação Vórtex: vice-presidente da bancada do PSD confirma buscas e apreensão de computador profissional e telefone
Joaquim Pinto Moreira com Augusto Santos Silva na posse da comissão de revisão constitucional
MANUEL DE ALMEIDA
Joaquim Pinto Moreira, ex-presidente da Câmara de Espinho, acusa o chefe de gabinete do atual autarca de “irresponsável e inapropriadamente desviar o foco de uma investigação” que não o tem “no seu epicentro”. O presidente da autarquia, o socialista Miguel Reis, foi detido esta terça-feira
Joaquim Pinto Moreira, vice-presidente do grupo parlamentar do PSD, confirmou que a sua casa foi “objeto de buscas” esta terça-feira no âmbito da Operação Vórtex, que já levou à detenção do presidente da Câmara de Espinho, o socialista Miguel Reis. O deputado social-democrata, que lhe antecedeu no cargo, é outro dos visados na investigação da Polícia Judiciária.
Em comunicado, o deputado esclarece que o seu computador profissional, que usa como advogado, e o seu telefone foram apreendidos. Mas “nada mais foi apreendido, seja documento ou qualquer outro elemento”, sublinha. E acrescenta: “Não dispondo dessa informação, mas presumindo que o inquérito se encontra em segredo de justiça, posso adiantar que o contexto investigatório se reporta ao ano de 2022 e respeita a intenções de investimento não concretizadas e a operações urbanísticas tramitadas no atual mandato autárquico, ainda que algumas possam ter transitado de mandatos anteriores.”
O deputado, que é também presidente da comissão de revisão constitucional, afirma ainda repudiar, “de forma veemente”, as declarações do chefe de gabinete do presidente da Câmara de Espinho, que, prossegue, “irresponsável e inapropriadamente quis desviar o foco de uma investigação que não me tem, certamente, no seu epicentro”. Pinto Moreira diz repudiar igualmente “tentativas soezes de contaminação informativa com matérias absolutamente ausentes de qualquer investigação”.
Em declarações à agência Lusa, o chefe de gabinete da atual presidência, Nuno Cardoso, afirmou: “As buscas ainda estão a decorrer e o nosso acesso à informação é muito limitado, mas o que podemos dizer é que a investigação incide essencialmente sobre operações urbanísticas realizadas no mandato anterior.”
No final do comunicado, o vice-presidente da bancada parlamentar do PSD reafirma a sua “total disponibilidade para colaborar com a descoberta da verdade e com as autoridades judiciárias nos termos e decisões por estas tomadas”. E, “se vier a ser solicitado o levantamento da minha imunidade parlamentar, estarei totalmente disponível para, seja em que qualidade for, colaborar totalmente com a justiça”, remata.
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