Política

A mensagem de Natal de Costa: no meio da incerteza lá fora, há razões para "confiança" em Portugal

A mensagem de Natal de Costa: no meio da incerteza lá fora, há razões para "confiança" em Portugal
RODRIGO ANTUNES/LUSA

“Só com este sentido de comunidade, de partilha, de solidariedade, é que temos conseguido continuar a aproximar-nos das economias mais desenvolvidas da Europa”, disse o primeiro-ministro, na habitual mensagem natalícia aos portugueses, desta vez com pouco mais de quatro minutos de duração

Para lá da incerteza internacional, há um país chamado Portugal no qual há razão para ter confiança no futuro. Foi esta a tónica do discurso de Natal do primeiro-ministro, António Costa, no qual elogiou a solidariedade dos cidadãos para afrontar os problemas trazidos pela guerra na Ucrânia e pelo aumento generalizado do custo de vida.

No discurso organizado em torno da tríade de palavras “paz, solidariedade e confiança”, o líder de Governo reconheceu as dificuldades vividas pelas famílias e pelas empresas com o encarecimento da vida, e associou o espírito de solidariedade - leia-se paz social - ao crescimento e à convergência europeia.

O primeiro-ministro começou por aludir ao conflito na Ucrânia iniciado em fevereiro com a invasão russa: “Paz é o que todos ansiamos desde que o horror da guerra regressou à Europa (…) acompanhamos a dor e o sofrimento do povo ucraniano e batemo-nos lado a lado com a Ucrânia pela paz e pela defesa do direito internacional”.

“Solidariedade é, mais do que nunca, o valor que nos deve guiar para enfrentar as consequências desta guerra. Este ano, a inflação atingiu niveis que não vivíamos há três décadas. As taxas de juro subiram para valores que os mais novos não conheciam, e a fatura da energia cresceu tanto para as famílias como para as empresas”, elencou,

As “famílias, empresas, instituições do setor social, autarquias, Estado” estão "a lutar lado a lado para não deixar ninguém para trás. A proteger o emprego, para continuar a recuperar das feridas da pandemia na economia, nas aprendizagens, na saúde, quer física, quer mental”, disse.

“Só com este sentido de comunidade, de partilha, de solidariedade, é que temos conseguido continuar a aproximar-nos das economias mais desenvolvidas da Europa”, com “o investimento, as exportações e o emprego a crescerem”, defendeu.

“Contas certas” para os jovens ficarem

Apesar dos desafios atuais com que os países se deparam, “temos por isso razões para ter confiança. Confiança é o que o nosso país nos garante hoje quando tanta incerteza nos rodeia no cenário internacional. Confiança no futuro, pelo que estamos a fazer agora no presente".

Esta solidariedade demonstrada em 2022, diz o primeiro-ministro, "dá-nos precisamente a confiança na mobilização de todos em torno dos desafios estratégicos que se colocam ao nosso país". Nomeadamente: "Reduzirmos as desigualdades, acudirmos à emergência climática, assegurarmos a transição digital e vencermos o desafio demográfico”.

Costa defendeu ainda que a procura de estabilidade passa ainda pela política de “contas certas” - com o Estado a ver a receita fiscal angariada em 2022 subir de forma muito significativa graças à recuperação da atividade económica no pós-pico pandémico e à inflação - , por investimentos na ciência e na transição climática. Sementes para garantir a manutenção de jovens em Portugal, depois de anos de perda para a emigração.

“A trajetória sustentada da redução do défice e da dívida coloca-nos ao abrigo das turbulências do passado e o investimento que temos feito nas qualificações, na ciência, na inovação, na transição energética e climática garante-nos que estamos no pelotão da frente para vencer os desafios do futuro”, disse.

“É assim que podemos ter confiança de que a nossa sociedade é capaz de garantir às novas gerações de que aqui em Portugal terão a liberdade de seguir os seus sonhos e as oportunidades para construirem o seu futuro”, garantiu.

O primeiro-ministro deixou ainda “uma palavra de carinho especial à comunidade ucraniana que vive em Portugal. Aos que há vários anos contribuem dedicadamente para o nosso desenvolvimento, e aos que vieram nos últimos meses à procura de segurança. A todos desejo que em Portugal encontrem o maior conforto possível neste momento de angústia e seguramente de saudade.”

Agradeceu com “sincera gratidão a todos os profissionais civis ou militares que, nesta noite, asseguram o funcionamento de serviços essenciais”. E deixou ainda “uma palavra especial de afecto e conforto a todos aqueles que, por vicissitudes da vida, se encontram sós nesta quadra”.

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