Política

Costa defende Marcelo: houve "interpretação intolerável" das palavras do Presidente sobre abusos

Presidente e primeiro-ministro na cerimónia do 5 de outubro
Presidente e primeiro-ministro na cerimónia do 5 de outubro
TIAGO MIRANDA

Primeiro-ministro defende que, no que diz respeito a abusos de menores, cada caso é um caso e não podem ser tratados de forma contabilistica

Costa defende Marcelo: houve "interpretação intolerável" das palavras do Presidente sobre abusos

Eunice Lourenço

Editora de Política

O primeiro-ministro fez questão de sair em defesa do Presidente da República na polémica sobre as declarações de Marcelo relativas ao abuso de menores por membros da Igreja Católica. Em Viseu, onde participa numa conferência da Aicep, António Costa fez uma declaração em que defende o chefe de Estado da “interpretação inaceitável que tem estado a ser feita das suas palavras”.

O Presidente tem sido criticado nas últimas horas pela generalidade dos partidos de uma forma que Costa considera injusta. “Todos nós na vida politica por vezes não usamos a melhor expressão”, admitiu o primeiro-ministro a propósito da primeira declaração de Marcelo na terça feira , Nas, “num caso com a gravidade deste, não podia deixar a solidariedade com o sr. Presidente”, continuou o primeiro-ministro que invocou várias vezes o conhecimento pessoal de décadas com Marcelo e também o quanto todos os portugueses o conhecem para defender que ninguém pode pensar que o Presidente quis desvalorizar os testeminho de abusos recolhidos pela comissão independente.

“Não tem a ver com a quantidade, podem ser um ou dois mil, cada caso é um caso. O sr. Presidente não quis desvalorizar, quis foi manifestar a surpresa por não terem surgido mais casos”, prosseguiu o primeiro-ministro numa manifestação de “total solidariedade” com o Presidente.

“Se há alguém intimamente conhecido pelos portugueses é o prof. Marcelo Rebelo de Sousa. Pessoalmente, conheço-o desde o tempo em que foi meu professor. Não tenho qualquer duvida de que se fosse um único caso seria intolerável para o sr. Presidente da República e para a sociedade portuguesa”, defendeu Costa. E voltou a insistir: "Não tenho a menor dúvida que a declaração não corresponde ao sentir do Presidente da República.

Nestas declarações aos jornalistas, o primeiro-ministro também foi questionado sobre a carta enviada pelo Presidente da República ao Parlamento a pedir que reveja a lei das incompatibildiades. Mas Costa fugiu ao assunto. “O Governo não se intromete no diálogo entre o Presidente da República e a Assembleia da República. A Assembleia da República apreciará. O Governo não se intromete nesse diálogo”, afirmou o primeiro-ministro que continuam convicto que as polémicas realtivas a incompatibilidades de vários membros do Governo “não são casos nenhuns, nem suscitam dúvidas nenhumas”.

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