Política

"O primeiro-ministro está a perder força e autoridade", considera Marques Mendes

Loading...

Marques Mendes disse que o "primeiro-ministro está a perder força e autoridade", devido às polémicas (como as questões com o aeroporto, as urgências e Sérgio Figueiredo) dos últimos dois meses

Olhando para as últimas sondagens e prevendo os desafios do Governo, Luís Marques Mendes disse, no seu comentário semanal na SIC, que o "primeiro-ministro está a perder força e autoridade" e que "terá uma tarefa árdua já em setembro".

"O PS esta já a baixar em varias sondagens, mas sobretudo o primeiro-ministro é a primeira ou segunda vez em que tem mais opiniões negativas que positivas. Isto é novo, o que significa que os problemas do Governo estão repercutir-se na imagem de António Costa", disse Marques Mendes.

Referindo-se aos últimos dois meses de polémicas - como o caso do aeroporto com Pedro Nuno Santos, o caso das urgências e do Serviço Nacional de Saúde com Marta Temido, ou mesmo a contratação de Sérgio Figueiredo nas Finanças com Fernando Medina - o comentador disse haver "uma fadiga de governação" e que "o primeiro-ministro está a perder força e autoridade".

Mesmo dentro do PS há quem critique António Costa, referiu, lembrando o artigo do Expresso da semana passada. “Total incapacidade reformista”, “falta de agenda governativa”, ausência de “iniciativa política”, Governo “a reboque dos episódios”, executivo de “segundas linhas”, que está “demasiado dependente do primeiro-ministro” foram alguns dos comentários ouvidos pelo Expresso de cinco socialistas com responsabilidades, que pediram para não serem identificados.

Analisando o futuro, há vários desafios pela frente do Governo e de António Costa. No espectro político, Marques Mendes considera que "o Governo tem de reganhar iniciativa política". Isto é, "ter ação, tomar decisões, começar a fazer coisas" pois "está muito parado".

"É um Governo de maioria absoluta, tem-se mais condições do que sem [maioria]. Maioria absoluta exige ousadia e capacidade de fazer coisas. O Governo esta muito parado, na saúde, na reforma fiscal, na justiça, na alta velocidade. Claro que toma decisões no dia a dia, mas em maioria absoluta tem de ser mais que isso", declarou.

No plano económico o desafio é o mesmo todos os anos - desta vez sem a incerteza se passará ou não - que é o Orçamento do Estado. Há vários aspetos a ter em atenção, segundo o comentador: redução do défice, aumento dos salários tendo em conta a inflação e aumento das pensões.

Quanto aos desafios sociais, é urgente que o Governo apresente "um plano com medidas para ajudar as pessoas por causa da inflação, por causa do custo de vida", mas "já vem atrasado". "A maior parte dos países da Europa já aprovaram dois e três planos", disse, lembrando que as primeiras medidas que o Governo apresentou tinham em conta uma inflação de 4% - muito longe da atual, que passou os 9% em julho.

No entanto, o Governo já apresentou um "apoio" para as famílias - a possível passagem para o mercado regulado no gás. Todavia, apesar de elogiar a rapidez de Duarte Cordeiro, ministro do Ambiente, Marques Mendes tem dúvidas quanto a este plano: primeiro, "como transferir 1,2 milhões de consumidores de um operador para outro [do livre para o regulado]?; segundo, quando o operador de mercado regulado também tiver de comprar gás a este preço "louco", o que vai acontecer?; e, por fim, "não havia alternativas melhores? por exemplo baixar o IVA ou alargar a tarifa social", como foi feito noutros países europeus.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: rrrosa@expresso.impresa.pt

Comentários

Assine e junte-se ao novo fórum de comentários

Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes

Já é Assinante?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate
+ Vistas