Nem sim, nem não. Mário Centeno não diz se fica ou não como presidente do Eurogrupo. Sobre as notícias de que estará para sair do Eurogrupo, veiculadas por um jornal alemão que fazia eco das críticas dos seus pares europeus e do cansaço de Centeno, o ministro das Finança não escondeu alguma irritação. "As notícias falsas caem no melhor dos tecidos. Não tem fonte, nem sustentação em frases que eu possa ter dito. Estamos muito concentrados. Os jornalistas tentam fazer análises psicanalíticas... Há quem diga que fala com Jesus Cristo. Estou muito empenhado no trabalho que tenho para desenvolver."
Em entrevista à TSF, e perante a insistência, o ministro limitou-se a dizer que tomará uma decisão até 13 de julho, data em que o mandato acaba. Pode sair ficar ou pode sair? “Essa é a única coisa certa”, sublinhou.
Para continuar como presidente do Eurogrupo, Centeno terá necessariamente de ser ministro das Finanças. O inverso não é exatamente verdade. Sobre essa possibilidade - a de continuar como governante apesar de deixar o cargo europeu - o economista reconheceu que "são duas decisões" distintas, deixando a janela entreaberta. Será sempre uma "decisão pessoal", reiterou.
Saída de Carlos Costa é "canónica"
Já a saída de Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, é um assunto arrumado na cabeça de Mário Centeno. "É canónico que haja uma substituição no final do mandato", despachou.
O mandato de Carlos Costa como Governador do Banco de Portugal termina em julho e existiria sempre a possibilidade de o prolongar para garantir uma transição suave de pastas - possibilidade que nesta entrevista à TSF o ministro, que nunca desmentiu as notícias que dão conta do seu desejo de lhe suceder, pareceu descartar.
E aqui há um ponto importante: o mandato de Mário Centeno no Eurogrupo também termina em julho; prolongar o mandato de Carlos Costa daria tempo ao economista para preparar a sua própria sucessão, no caso de não continuar na Europa. Se Carlos Costa sair já em julho, o calendário para Centeno fica mais apertado.
Na corrida ao Banco de Portugal, há, para já, dois nomes que se perfilam: o de Mário Centeno, que nas Finanças acabou por espalhar quadros do banco por vários organismos nacionais e internacionais, e o de Luís Máximo dos Santos, atual vice-governador e também quadro da casa, que, para já, também mantém o tabu.
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