Em 2004 Maria já praticava yoga e tinha feito psicanálise durante dois anos, mas "não me sentia bem comigo própria e com algumas opções, sobretudo em relação ao meu trabalho. Sentia uma insatisfação e uma inquietude permanentes." Foi nessa altura que pela meditação começou a traçar o caminho para uma "espiritualidade muito prática - quem sou eu, o que estou aqui a fazer" e é aí que hoje encontra "um lugar maior, em que somos muito mais do que apenas um corpo e uma mente", diz. "Com a meditação ganhamos perspetivas sobre a vida, sobre quem somos." Vive com o marido, três filhos já adultos e uma cadela, bem no centro de Lisboa, e desde 2006 que faz retiros de silêncio. "Sempre considerei que estas experiências poderiam vir a ser úteis mais tarde, sobretudo em momentos mais difíceis da vida".
Em tempos de pandemia, Maria decidiu agir. Adaptou-se às novas tecnologias para manter as aulas de yoga, passou a fazer muito mais compras nas mercearias do bairro para ajudar o comércio local e voluntariou-se pela Comunidade de Santo Egídio no apoio a famílias carenciadas. "Este tempo é uma espécie de mestre, obriga-nos a tomar consciência de muita coisa e muitas vezes os nossos pensamentos funcionam como uma estação de rádio, não nos ajudam a viver o momento presente. Há pensamentos que são como os vírus, só nos fazem mal. E a meditação é como um sistema imunitário, que nos fortalece contra esses pensamentos", uma analogia que, em tempos de covid 19, até os mais cépticos em relação a estas práticas seguramente entendem.
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