O CEO é o limite

Nuno Vasconcellos e Sá, CEO da têxtil Torres Novas: "Foi um golpe de fé. Investi o que tinha, garantindo apenas que não ia passar fome"

Para reerguer a empresa da família, declarada insolvente em 2011, deixou uma carreira promissora em consultoria, investiu o que tinha e até aprendeu a bordar. Nuno Vasconcellos e Sá, CEO da têxtil Torres Novas, fundada em 1845, é o convidado desta semana do podcast “O CEO é o limite”, numa conversa sobre fé, resiliência e toalhas de banho.

“Todos os fios contam”, o importante é saber como bordar. Esta será, provavelmente, a melhor forma de resumir a história de Nuno Vasconcellos e Sá. Licenciado em Economia e Mestre em Finanças, em 2019 despediu-se de um emprego estável numa multinacional e de uma carreira promissora na área da consultoria, para cumprir o sonho de reerguer a empresa da família, a têxtil Torres Novas, a mais antiga marca de têxteis de banho do país, fundada em 1845 e declarada insolvente em 2011.

Em conjunto com o tio-avô, último administrador da empresa antes da insolvência, e com dois sócios - a mulher, Inês Vaz Pinto, e um amigo e ex-colega na Boston Consulting Group (BCG), Miguel Castel-Branco - começou a preparar o relançamento da marca Torres Novas em 2019 e colocou-a no mercado em 2020, tendo como principal cliente a indústria hoteleira, nacional e internacional. “Foi um golpe de fé. Investi tudo o que tinha, apenas com o cuidado de garantir que não ia passar fome”, recorda. Problema? Não contava com uma pandemia.

Nuno Vasconcellos e Sá, CEO da têxtil Torres Novas
NUNO FOX

O primeiro ano foi difícil. Nuno e os sócios ficaram meses sem receitas, o que os obrigou a afinar estratégias e antecipar algumas etapas do desenvolvimento do negócio. Recorreram à única alternativa que de facto queriam evitar: o financiamento externo. “Foi uma medida ponderada, tendo como limite aquilo que os três sócios estavam na disposição de pagar, com os empregos que acabariam por ter de arranjar, se tudo corresse mal”, recorda.

A partir dai foi “aprender a bordar”, diz, e não em sentido figurado. Para manter a marca de têxteis de banho no mercado, a equipa apostou no online e avançou, mais cedo do que o previsto, para a personalização. O resultado foi uma chuva de encomendas: “tivemos de comprar uma máquina de bordar, aprender a bordar e fazíamos turnos a bordas para garantir as entregas”. É por isso que gosta de se definir como “um CEO simpático…e que sabe bordar”.

Mário Henriques

O CEO é o limite é o podcast de liderança e carreira do Expresso. Todas as semanas a jornalista Cátia Mateus mostra-lhe quem são, como começaram e o que fizeram para chegar ao topo os gestores portugueses que marcaram o passado, os que dirigem a atualidade e os que prometem moldar o futuro. Histórias inspiradoras, contadas na primeira pessoa, por quem ousa fazer acontecer.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: cmateus@expresso.impresa.pt

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