8 maio 2020 11:31
Ele é uma das maiores referências na escrita para humor em Portugal e um criativo multifacetado: argumentista, dramaturgo, escritor, humorista, músico e realizador. Licenciado em publicidade, Filipe Homem Fonseca começou a dar que falar no final dos anos 90 quando integrou as Produções Fictícias. Têm a sua assinatura programas como ‘Herman Enciclopédia’, ‘Contra-informação’, ‘Major Alvega’ ou, mais recentemente, ‘Os Donos Disto Tudo’ ou ‘A Patrulha da Noite’. O que é natural em Filipe é o desassossego e a vontade de fazer, mesmo em confinamento. Por isso escreveu e realizou com cinco amigos “O Mundo Não Acaba Assim”, a primeira série de ficção portuguesa a ser produzida integralmente a partir das respectivas casas, que acaba de estrear na RTP1. Sobre o papel do humor em tempos de guerra contra um vírus, chega a afirmar: “Rir e fazer comédia numa altura destas é uma forma de resistência e de vida.” Uma conversa para ouvir integralmente neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”
8 maio 2020 11:31
A série “O Mundo Não Acaba Assim”, estreada na RTP1, assinada e realizada por Filipe Homem Fonseca e Artur Ribeiro, Luís Filipe Borges, Nuno Duarte e Tiago R. Santos é um excelente exemplo de como se pode tirar vantagem da adversidade e que não há limites para a criatividade. O próprio Filipe sintetizou no twitter como tudo isto aconteceu num curto espaço de tempo: “5 amigos num grupo de WhatsApp durante a quarentena. Escrevem e convidam actores. Corta para 1 mês e pouco depois e estreiam na @RTP1 c 600 mil espectadores. E tudo isto sem calças.”
Filipe conta neste episódio como esta foi a forma que ele e os amigos encontraram para reagir, a quente, ao confinamento e à pandemia. E que nesta sequência de histórias estão lá muitas das suas inquietações. É a ficção a contar com a lupa da ironia e da comédia, a realidade que todos estamos a viver.
E a propósito do papel do humor nestes tempos difíceis afirma: “Rir e fazer comédia em tempos como este é uma forma de resistência e de vida. Não há outra maneira de encarar a adversidade. Uma pessoa quando cai, tenta levantar-se, não é? É o instinto de sobrevivência. E não conheço melhor impulso para nos pormos de pé, do que a gargalhada.” Porque há muito aquela lógica de que rir de um assunto sério é desvalorizá-lo. Há a tendência de confundir o não tratar com o devido respeito um assunto sério, com o tirar-lhe o peso que permite que lidemos com ele. A gargalhada o que faz é tirar o peso que a situação tem para que possamos lidar com a seriedade que o assunto e o momento exige.”
Uma conversa que vai até ao início de como o humor começou a pagar-lhe as contas, onde Filipe explica a forma como encara esta arte, as mil e uma vidas que já teve nesta mesma vida, como anda a lidar com o confinamento e revela um pouco do que vem aí. E ainda nos dá boa música, chega a ler-nos alguma da sua poesia e deixa-nos a sugestão de uma certa série que o arrebatou recentemente. Isto e bem mais para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”.
Desta vez a edição áudio é do Rúben Tiago Pereira. E, como habitual, o genérico desta temporada é uma criação original do músico Luís Severo.
Mantemos o desafio a todos os ouvintes para que enviem as suas opiniões, sugestões, histórias e comentários para o seguinte email: abelezadaspequenascoisas@impresa.pt
Voltamos para a semana. Até lá, pratiquem a empatia, protejam-se, fiquem em casa sempre que puderem, ajudem quem mais precisa, e boas conversas!
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