17 abril 2020 16:55
A poucos dias de entrarmos no 3º estado de emergência falámos com Adolfo Mesquita Nunes, que foi deputado, secretário de Estado do Turismo, braço direito de Assunção Cristas e um dos rostos da modernidade do CDS, que se tem mostrado crítico sobre a “falta de gravidade e solenidade” do Presidente em algumas ocasiões públicas. Apontado no passado como um forte candidato à liderança do seu partido, Adolfo acabou por deixar o caminho aberto ao atual líder centrista, Francisco Rodrigues dos Santos, figura que não apoiou e da qual diverge. Mas esse combate ficou para trás para se dedicar à advocacia e ao cargo de administrador não executivo da Galp. Adolfo rejeita as afirmações de Rui Rio sobre antipatriotismo "típicas de regimes autocráticos" e insiste que o governo tem de ter coragem de combater a crise sanitária a par da crise económica, "que também mata". E revela como a canção de Maria Guinot “Silêncio e Tanta Gente”, vencedora do Festival da Canção, em 1984, traduz o confinamento em casa, onde tem aproveitado para ler e até fazer brigadeiros de chocolate ‘light’. Para ouvir no podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”
17 abril 2020 16:55
Dois enormes calhamaços, que são as biografias de dois estadistas britânicos e importantes líderes mundiais, Margaret Thatcher e Winston Churchill, serviram de base de suporte e elevação para o telemóvel e computador de Adolfo Mesquita Nunes, através dos quais o advogado e político esteve connosco à conversa, numa videochamada feita da sua sala através da aplicação zoom, já que como a maioria dos portugueses, Adolfo está há mais de um mês fechado em casa, em confinamento social.
Agora que Portugal está prestes a entrar no seu 3º estado de emergência e se estuda o levantar gradual de restrições no país - a par do combate à Covid-19 e à crise económica que promete ser das maiores de sempre, já comparada pelo FMI à Grande Depressão [a crise que terminou com a segunda Guerra Mundial] - Adolfo Mesquita Nunes insiste que “a crise económica, o desemprego e a pobreza matam” e que o governo tem de ter coragem de levantar o estado de emergência e recuperar a economia.
Crítico do estilo do Presidente, não poupa também o primeiro-ministro, António Costa. “Penso que tem variado o tom e a forma como tem reagido a esta pandemia. E tem procurado nos últimos tempos criar uma narrativa da qual desconfio. A primeira linha dessa narrativa é que só haverá crise económica por causa da Europa, a segunda é que qualquer política de austeridade só existe por vontade dos países e necessariamente por vontade da Europa. Parece-me uma narrativa que não corresponde à verdade e que procura apresentar um quase inimigo externo a partir do qual a ação política se faz. E de pretexto com esta conversa da austeridade é reescrever a história da crise e da intervenção externa a que Portugal foi sujeito depois do último governo de José Sócrates.”
E ainda fala do CDS, do futuro, da experiência do seu confinamento, que incluem iguarias gastronómicas... e revela as músicas que o acompanham, a par dos livros que anda a ler.
Desta vez, a edição áudio é da Joana Beleza. E, como habitual, o genérico desta temporada é uma criação original do músico Luís Severo.
Mantemos o desafio a todos os ouvintes para que enviem as suas opiniões, sugestões, histórias e comentários para o seguinte email: abelezadaspequenascoisas@impresa.pt
Voltamos para a semana. Até lá, pratiquem a empatia, protejam-se, fiquem em casa sempre que puderem, ajudem quem mais precisa, e boas conversas!
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