A Beleza das Pequenas Coisas

Salvador Sobral: “Jamais cantaria como canto se não tivesse tido a doença cardíaca”

Passaram três anos desde que Salvador Sobral acabou com o enguiço nacional e venceu a Eurovisão com “Amar pelos Dois”. Foi a vitória do anti-herói, de um músico desenquadrado dos brilhos festivaleiros que conquistou o mundo inteiro e fez história a interpretar o tema da sua irmã, Luísa Sobral. Em 2019, Salvador Sobral lançou o segundo disco “Paris, Lisboa”, depois de recuperar do transplante do coração, e sente-se agora abençoado por poder dançar em palco quando lhe apetece ou jogar à bola sempre que pode. Está de volta aos palcos para cantar clássicos de Jacques Brel, que considera “o maior intérprete de todos os tempos.” E aqui trauteia alguns desses temas e revela-se com a autenticidade que todos lhe conhecem. “A Eurovisão é uma coisa da qual me orgulho, os Ídolos não”. Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”

Esgotado. Não em energia — pois essa não lhe falta desde que recuperou do transplante do coração a que submeteu há mais de dois anos — também não nas histórias, bons assuntos e partilhas que pode ouvir nesta conversa em podcast, mas nos bilhetes para o seu espetáculo “Salvador Sobral canta Brel”. Ou seja, os lugares disponíveis para o concerto de Lisboa, Porto e Aveiro (7 e 8 e 10 de fevereiro), no CCB, Casa da Música e Teatro Aveirense, esgotaram num ápice. O que revela que o gosto e apetência do público português por ouvir Salvador Sobral não se esgotou no fogo fátuo do mediatismo do Festival da Canção e Eurovisão.

Aos 30 anos, Salvador está numa boa fase da vida, cada vez mais apaixonado pela sua mulher, a atriz francesa Jenna Thiam [de quem fala neste episódio e onde chega a revelar como se conheceram], recuperado da doença, e a fazer o que lhe apetece artisticamente sem compromissos ou concessões, diz que se sente abençoado e um privilegiado pelo que está a viver e mesmo pelo que lhe aconteceu de menos bom no passado.

Quando questionado se é um descanso para si ter deixado de ser ‘o cantor do momento’, uma pasta entretanto passada a Conan Osíris [também devido ao fenómeno Festival da Canção/Eurovisão], Salvador responde:Não sei ainda. Essa ainda é uma missão contínua. Muita gente ainda vai ouvir-me pela Eurovisão. E a minha missão, tanto em Portugal, como lá fora, é de manter as pessoas lá [nos meus concertos] por outra coisa. Agora faço um bocadinho da canção “Amar pelos Dois” ao piano, uns 15 segundos, só o refrão e passo para outra canção. E o objetivo final é nem [ter de] tocar essa canção nos concertos. Porque já passou esse momento. Mas ainda não senti a necessidade de a retirar completamente do repertório. Porque gosto dela. Ainda não me cansei. Porque ela já teve várias vidas. Estivemos a tocá-la com o quarteto, agora só a toco um bocadinho ao piano e depois a fase seguinte será deixar de a tocar.”

Neste episódio, Salvador recorda o passado em Maiorca, onde terá vivido ‘la vida loca’, critica os concursos de talentos, apesar de ter participado em três, fala do amor, e ainda de política (deixa no ar a possibilidade de no futuro se candidatar a um cargo na cultura) e feminismo. E ainda trauteia Brel. Tudo isto para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas.”

Mais uma vez a edição áudio é do Rúben Tiago Pereira. E o genérico desta temporada é uma criação original do músico Luís Severo.

Mantemos o desafio a todos os ouvintes para que enviem as suas opiniões, sugestões, histórias e comentários para o seguinte email: abelezadaspequenascoisas@impresa.pt

Voltamos para a semana. Até lá, pratiquem a empatia e boas conversas!

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