Mário Henriques

  • Maria Teresa Horta: “Os poemas continuam a assaltar-me em alturas impróprias”

    A Beleza das Pequenas Coisas

    Maria Teresa Horta: “Os poemas continuam a assaltar-me em alturas impróprias”

    Voltamos a republicar uma das conversas mais marcantes do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”, com a escritora e poetisa Maria Teresa Horta, gravada em novembro de 2019, na sala da sua casa. Feminista e insubmissa, ela é uma das poucas poetisas portuguesas a afirmar o desejo na sua escrita, e sempre lutou pela liberdade

  • Alberto Pimenta: “Tenho sido um grande contrabandista de ideias e palavras”

    A Beleza das Pequenas Coisas

    Alberto Pimenta: “Tenho sido um grande contrabandista de ideias e palavras”

    Alberto Pimenta é um dos nossos maiores poetas. Eterno experimentalista e artista de vanguarda, deu muito que falar nos anos 70, numa performance em que entrou numa jaula de um chimpanzé, no Jardim Zoológico de Lisboa, exibindo uma tabuleta com a palavra “Homem”. Autor de uma vasta obra, o seu livro mais conhecido e traduzido é “O Discurso sobre o Filho da Puta”. E chega a afirmar nesta conversa: “Há muitos. Estão dispersos. Estão na política, sobretudo. Naturalmente nas Forças Armadas.” Depois de “Zombo”, lançado em 2019, já há novo livro de poesia no horizonte que se deverá chamar “Há Tudo”. E se não há tudo, há certamente muito para conhecer, refletir e ouvir sobre Alberto Pimenta neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”.

  • Salvador Sobral: “Jamais cantaria como canto se não tivesse tido a doença cardíaca”

    A Beleza das Pequenas Coisas

    Salvador Sobral: “Jamais cantaria como canto se não tivesse tido a doença cardíaca”

    Passaram três anos desde que Salvador Sobral acabou com o enguiço nacional e venceu a Eurovisão com “Amar pelos Dois”. Foi a vitória do anti-herói, de um músico desenquadrado dos brilhos festivaleiros que conquistou o mundo inteiro e fez história a interpretar o tema da sua irmã, Luísa Sobral. Em 2019, Salvador Sobral lançou o segundo disco “Paris, Lisboa”, depois de recuperar do transplante do coração, e sente-se agora abençoado por poder dançar em palco quando lhe apetece ou jogar à bola sempre que pode. Está de volta aos palcos para cantar clássicos de Jacques Brel, que considera “o maior intérprete de todos os tempos.” E aqui trauteia alguns desses temas e revela-se com a autenticidade que todos lhe conhecem. “A Eurovisão é uma coisa da qual me orgulho, os Ídolos não”. Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”

  • Júlia Pinheiro: “No liceu sofri ‘bullying’, chamavam-me ‘Júlia fascista’”

    Verdade ou Consequência

    Júlia Pinheiro: “No liceu sofri ‘bullying’, chamavam-me ‘Júlia fascista’”

    Ela é uma das mulheres mais conhecidas e mais relevantes da televisão portuguesa, e já fez um pouco de tudo, pelos três canais. Foi jornalista e o rosto da denúncia do que ia mal no país, no programa “Praça Pública”, depois revelou o seu olhar crítico e mordaz com “A Noite da Má Língua” - o tal que ousava dizer sobre os políticos o que a maioria das pessoas nem ousava pensar - depois, durante anos, foi a companhia das manhãs e à noite a rainha do ‘trash’. Atualmente Júlia Pinheiro conduz conversas mais intimistas num programa em nome próprio, nas tardes da SIC. Neste episódio assume que tem saudades de regressar à apresentação de um dos programas mais mordazes e desassombrados da televisão portuguesa: "A Noite da Má Língua". E aqui conta pela primeira vez que foi por razões políticas que sofreu 'bullying´e humilhações na infância por causa do seu avô que, na verdade, era de esquerda. E, claro, vai a consequência. Porque quem canta, as respostas espanta

  • Rita Redshoes: “A beleza não ajudou. Viam-me apenas como menina bonita a cantar. E eu tenho um lado bastante masculino”

    A Beleza das Pequenas Coisas

    Rita Redshoes: “A beleza não ajudou. Viam-me apenas como menina bonita a cantar. E eu tenho um lado bastante masculino”

    O novo álbum da cantora, compositora e multi-instrumentista Rita Redshoes só chegará em março de 2020, mas já tem um single, “O Amor Não É Razão”, e um nome luminoso: “Lado Bom”. Nesta conversa, Rita assume alguns lados menos bons do seu caminho: os preconceitos e rótulos que sofreu – por ser mulher e bonita, os eternos medos e a depressão que durante anos sentiu sem saber a causa. A música foi sempre a consolação desta rapariga sonhadora, que se revela agora por inteiro. “Tenho um lado do cérebro que normalmente só os taxistas têm”

  • Dino D´Santiago: “Lisboa é uma cidade crioula, aculturada, que se mistura e sabe conviver com as diferenças”

    A Beleza das Pequenas Coisas

    Dino D´Santiago: “Lisboa é uma cidade crioula, aculturada, que se mistura e sabe conviver com as diferenças”

    Há quem o chame de embaixador da nova música portuguesa e de uma nova Lisboa, mestiça, reinventada, multicultural. Madonna escolheu-o como guia musical da nossa capital e foi através dele que melhor conheceu o Fado, o funaná ou as batucadeiras de Cabo Verde. Os temas de Dino D ´Santiago traduzem um vibrante mundo novo, transnacional. Ou ‘Mundu Nôbu’, nome do último álbum. Talvez Nuno Artur Silva, o novo secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, tenha mesmo razão por afirmar que o discurso do 10 de Junho deveria ter sido feito por Dino porque “é o melhor exemplo do que é hoje Lisboa, para lá do turismo.” Agora que acaba de lançar o último EP “Sotavento”, Dino revela mais das suas raízes, e embora confesse já ter sofrido o racismo na pele, afirma: “Olho para mim como uma herança muito positiva do que foi o colonialismo”

  • Geovani Martins: “O meu maior medo era passar a vida a servir alguém. Agora é ser preso. Moro numa favela, mas tenho medo é da polícia”

    A Beleza das Pequenas Coisas

    Geovani Martins: “O meu maior medo era passar a vida a servir alguém. Agora é ser preso. Moro numa favela, mas tenho medo é da polícia”

    Ele é considerado a mais poderosa revelação da literatura brasileira nos últimos anos. Nascido e criado nas favelas cariocas, datilografou numa máquina de escrever o livro de contos “O Sol na Cabeça”, onde revela o entra e sai do narcotráfico no morro, a ameaça constante da polícia, os bandidos a assaltarem estrangeiros, as vidas quotidianas no limite com o balázio da pobreza prestes a estoirar-lhes a cabeça. Aos 26 anos, Geovani Martins prepara-se para ver a sua obra adaptada ao cinema e não é manso na crítica aos governantes do seu país. "Em 2019 a polícia carioca matou mais de 1200 pessoas. Não existe pena de morte no Brasil, mas ela é aprovada nas ruas pelos governantes. A literatura é a minha arma para criar novas narrativas e promover a empatia.” Uma conversa obrigatória para ouvir neste episódio do podcast "A Beleza das Pequenas Coisas"

  • Rita Blanco e Rui Zink: “É horrível como nos tratamos uns aos outros. Há cada vez mais fascistas. Não aprendemos nada com o passado”

    A Beleza das Pequenas Coisas

    Rita Blanco e Rui Zink: “É horrível como nos tratamos uns aos outros. Há cada vez mais fascistas. Não aprendemos nada com o passado”

    É de forma emocionada que Rita Blanco fala do fascismo que volta a levantar cabeça por cá e pelo mundo. O escritor Rui Zink concorda e acrescenta: “Há um grunho em potência dentro de cada um de nós. Temos que ter cuidado. Não há um gene fascista, mas há coletivos e indivíduos mais fáceis de empurrar do que outros”. Passaram 25 anos desde a primeira vez que Blanco e Zink se sentaram lado a lado, e logo no provocador programa de televisão “A Noite da Má Língua”, na SIC, que teve vários elencos, mas que na sua última versão - além desta dupla - contou ainda com Miguel Esteves Cardoso, Manuel Serrão e Júlia Pinheiro. O espírito crítico, livre, louco e subversivo desses tempos voltou a estar presente neste encontro perante uma plateia na Fabrica Features Lisboa, no Chiado. Isto por ocasião do Podes Festival, a 1.ª edição do Festival de Podcasts Nacionais, para o qual o programa “A Beleza das Pequenas Coisas” foi convidado a realizar uma emissão ao vivo. Entre risos e aplausos, estes dois provaram que continuam bons na má língua

  • Maria Teresa Horta: “Há quem me veja como uma escritora maldita”

    A Beleza das Pequenas Coisas

    Maria Teresa Horta: “Há quem me veja como uma escritora maldita”

    A poesia é para ela uma urgência. Feminista, insubmissa e uma das poucas poetisas portuguesas a afirmar o desejo na sua escrita, Maria Teresa Horta sempre lutou pela liberdade. É autora de obras polémicas, como “Ambas as Mãos sobre o Corpo”, “Minha Senhora de Mim” e “Novas Cartas Portuguesas” (esta última assinada com Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa, conhecidas como “As Três Marias”), que escandalizaram o Portugal puritano e valeram à escritora um espancamento na rua e a quase prisão. Diversas vezes premiada, publica agora “Quotidiano Instável”, que reúne as crónicas que escreveu no jornal “A Capital” entre 1968 e 1972. Um quase romance, que descola da realidade para contar vida(s). E aqui neste episódio em podcast a poetisa conta algumas páginas do livro que a sua vida daria

  • Beatriz Batarda: “Somos todos ridículos, caramba. Não nos podemos levar assim tão a sério”

    A Beleza das Pequenas Coisas

    Beatriz Batarda: “Somos todos ridículos, caramba. Não nos podemos levar assim tão a sério”

    É uma das mais brilhantes atrizes deste país. O ano passado Beatriz Batarda estreou-se na televisão e surpreendeu na série “Sara” - ideia de Bruno Nogueira e realização de Marco Martins - ao protagonizar uma atriz de teatro e do cinema que se cansou de chorar e decide fazer telenovelas. Uma sátira ao meio artístico português que não poupa ninguém. Ao longo de mais de 25 anos de profissão, Batarda já foi muitas mulheres e assume as cicatrizes que ficam, e que ‘são parte do gozo’ de representar. A viver um dos melhores momentos da sua vida, está mais disponível para a imperfeição, onde há mais humanidade. Uma conversa para ouvir no podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”