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Opinião

A maria-vai-com-as-outras reconheceu a Palestina. Não chega

Seguindo a sua tradição, Portugal reconheceu o Estado da Palestina porque seguiu a França e o Reino Unido. Celebraria, mas temo que seja um gesto simbólico para evitar outros. Ninguém pode dizer, como antes, que não tem todos os dados. Não se é moderado a travar um genocídio. Não se chama "amigo" a quem o comete. Os genocidas tratam-se com determinação. Para depois os punir

As condições apresentadas pelo governo português, no início de agosto, para este reconhecimento foram uma piada de mau gosto. Porque eram exigidas a uma Autoridade Palestiniana sistemática e deliberadamente destruída por Israel. Porque incluíam decisões que dependem do Hamas (a libertação dos reféns), dando-lhe uma legitimidade institucional que não podem ter. Porque dependiam do fim da ofensiva de Israel (desmilitarização de Gaza e eleições no território), que não tem qualquer interesse neste reconhecimento. E porque eram assimétricas (reconhecimento do Estado de Israel sem que a inversa seja necessária ou sequer previsível). Mas, não se tendo verificado nenhuma delas, Portugal avança, na mesma, para este reconhecimento.

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