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Opinião

A imprudência de não olhar para a História

A propósito da situação dos inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras a trabalhar no Centro de Instalação Temporário no Porto, o psicólogo clínico e forense Mauro Paulino relacionada a questão de ambientes laborais tóxicos com o conceito da “profecia autorrealizada”

Esta semana, fruto de um trabalho de investigação exaustivo do Expresso, tomámos conhecimento da lamentável e preocupante realidade dos duplamente penalizados Inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) a exercer funções no único Centro de Instalação Temporário (CIT) para migrantes, a Unidade Habitacional de Santo António (UHSA), no Porto. De acordo com o apurado pelo Expresso, “inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras alocados à Unidade Habitacional de Santo António apresentaram requerimentos em massa para serem afastados do centro, alegando não terem os meios para responder a situações frequentes de violência e ameaças, que têm potenciado a degradação da sua saúde mental e atentado contra a sua integridade física nos últimos meses”.

A avaliar pela reportagem, como se já não bastasse o destrato profissional a que têm sido sujeitos e o pesado fardo da incerteza quanto ao seu futuro, em grande parte por questões políticas, ainda são sujeitos a ambientes laborais onde os riscos psicossociais excedem em muito os seus recursos. E pior: onde veem a sua especialização desperdiçada em benefício do desenvolvimento das atribuições de outras carreiras.

Ao ler o artigo do Expresso, recordei-me de um conceito estudado pela Psicologia para melhor retratar a evolução deste contexto laboral, que se apresenta tóxico e acarreta um custo elevadíssimo para a saúde psicológica destes profissionais: a profecia autorrealizada. Muito sucintamente podemos definir a profecia autorrealizada como uma crença ou expectativa sobre um dado evento ou situação que contribui para a sua própria concretização.

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