16 dezembro 2022 0:19
A UE não está à venda, disse a presidente do PE. É preciso quase tanto descaramento como para dizer que o Catar lidera os direitos laborais. Com 19 lobistas por cada eleito e metade dos antigos comissários e um terço dos ex-deputados recrutados por grupos de interesse, o problema de Bruxelas não é Eva Kaili, a maçã podre. É a cesta
16 dezembro 2022 0:19
A vice-presidente do Parlamento Europeu foi suspensa de funções e expulsa do PASOK depois da sua prisão, por acusação de subornos do Catar. Eva Kaili (outro detido foi Antonio Panzeri, um grande “amigo” de Marrocos) não disfarçou e defendeu que o Catar estava na “vanguarda dos direitos laborais”. No desprezo pelos abusos, não esteve só. PS, PSD e CDS recusaram as emendas que condenavam a violação de direitos dos trabalhadores migrantes no Catar enquanto aprovavam a liberalização dos vistos. Só por distração se elogia a rápida reação das instituições europeias quando a suspeita foi presa preventivamente, num caso em que só faltou exibir o cheque enquanto despachava a encomenda. A ida de Durão Barroso para o Goldman Sachs, depois da catastrófica gestão da crise bancária — quando a Alemanha contratava tarefeiros em vez de recorrer a pessoal da casa —, não foi há muito tempo. O choque com o comércio político foi tão grande que acabou a dirigir a Aliança Global para as Vacinas.