Porque será que as cerimónias fúnebres da rainha Isabel II do Reino Unido e as práticas do início do reinado do seu sucessor, o rei Carlos III, têm atraído a atenção de praticamente todo o mundo? Por um lado, existe, claro, um genuíno fascínio de muitas pessoas por acontecimentos associados a monarquias, em particular pela britânica, pois esta é a que mantém o aparato que mais destoa da contemporaneidade. Por outro, e a um nível mais denso, porque a família real britânica é a cúpula simbólica de um sistema cuja eficácia não se justifica apenas de forma racional. Tal torna-o difícil de entender noutras paragens, em particular naquelas, como a nossa, tributárias do legado da revolução francesa, onde o pensamento conservador não fez escola. Por aqui, enraizou-se a ideia que o “progresso” chega sempre por via revolucionária, e as tradições são invariavelmente “obscurantistas”, irracionais e causadoras de atrasos.
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