Bom dia!
E obrigada por começar esta quarta-feira connosco.
Manuel Alegre, Fernando Medina, Mariana Vieira da Silva, Ana Catarina Mendes Marta Temido e António Costa (regressou à campanha, mas desta vez sem discursar) – a lista é longa, sim – são algumas das estrelas socialistas que desfilaram na noite de campanha, ao lado de Pedro Nuno Santos.
O toque a reunir no estado maior do PS já se tinha feito notar ao longo do dia. Numa altura em que Pedro Nuno Santos disse acreditar que “a vitória está cada vez mais próxima”, o PS preparou uma robusta ação de campanha e chamou vários governantes para apoiar o novo secretário-geral. Foi assim à tarde em Setúbal. Repetiu-se à noite em Lisboa.
O comício na Aula Magna fez-se de palmadas nas costas, mas também de protestos e incidentes. E, naturalmente, dos tradicionais discursos.
A mensagem principal pode resumir-se numa ideia: conquistar os indecisos, desmontar as medidas da AD e associar a coligação de direita à incerteza, como pode conferir no texto do Diogo Cavaleiro.
Na AD, Luís Montenegro ouviu Paulo Portas com atenção, mas teve algo a acrescentar. Esta foi a noite em que o líder da AD decidiu falar, pela primeira vez, diretamente para os eleitores do partido de Ventura. Montenegro decidiu ir à luta com Ventura pelo eleitorado do Chega.
Na realidade, tratou-se de um ensaio a duas vozes, que começou com o ex-presidente do CDS e ex-vice-primeiro-ministro, o convidado especial nas Caldas da Rainha, e prosseguiu no discurso do líder do PSD que Ventura transformou em alvo principal nos últimos dias.
E se Luís Montenegro pede aos eleitores do Chega para repensarem o seu sentido de voto (“sei que não são extremistas nem racistas”), Portas já tinha deixado o aviso aos que votam à direita do PS para não dispersarem o voto e “acordarem, na segunda-feira, com Pedro Nuno Santos como primeiro-ministro e uma geringonça a caminho”. Disseram mais, Portas e Montenegro, como pode conferir no texto do João Diogo Correia.
André Ventura tem vindo a subir o tom do confronto com a AD e esta terça-feira carregou ainda mais no ataque. Diz que, se a liderança do PSD não promover uma alternativa de governação com o Chega, em caso de derrota, e viabilizar um Governo socialista, então terá de ser Montenegro a “sair”.
O líder do Chega traçou uma rota que não vai querer largar até ao ultimo dia de campanha. Mas a estratégia só faz sentido se o resultado eleitoral for a vitória do PS, como explica o jornalista Vítor Matos. E assim, o líder do Chega continua a alimentar a ideia de que tem 99% de garantia de que haverá um Governo à direita.
A IL aposta no distrito de Setúbal que nestas eleições elege mais um deputado e aproveita para marcar diferenças para a AD. Rui Rocha defende a liberalização do transporte fluvial e a expansão do metro de superfície para o sul do Tejo. Cotrim de Figueiredo foi o convidado do comício da noite. Uma vez mais, para contrariar o voto útil com a mensagem de que “a AD sozinha não vai mudar Portugal”
A campanha do Bloco de Esquerda regressou ao tema da imigração com Mariana Mortágua a visitar uma associação de solidariedade que apoia os imigrantes. A coordenadora do partido que negociou com o Governo o fim do SEF defende a mudança, mas reconhece que nem tudo corre bem. A noite em Santa Maria da Feira serviu para passar a mensagem: as eleições de domingo são para decidir entre “fugir para trás ou puxar para a frente”.
Paulo Raimundo contou com o apoio de Manuel Carvalho da Silva na tarde da campanha comunista na Amadora.
Depois de Jerónimo de Sousa ter marcado presença, há mais uma voz a surgir na luta contra o “enfraquecimento” da CDU. Mas não foi esse o tema que dominou os discursos do dia. Tal como no BE, falou-se de imigração e do elevador social que “não funciona”.
Inês Sousa Real foi obrigada esta terça-feira a reajustar a estratégia de distribuir criticas à AD e ao PS para acrescentar outro tema: reagir, inevitavelmente, à desfiliação de dois membros do PAN no Algarve, por discordarem com o rumo seguido pela líder. Um revés que a porta-voz do partido tenta desvalorizar sem hesitar em utilizar a palavra “oportunismo”. Como sublinha a nossa reportagem: o PAN quer ser uma “árvore-bombeira”, mas tem ramos a sair.
O Livre faz por estes dias questão de se demarcar do voto útil. Rui Tavares defendeu ainda a criação de um circulo nacional de compensação para evitar a existência de votos que não contribuem para nenhuma eleição.
Como já terão percebido, não falta o apelo ao voto até ao último minuto. O que não significa que os partidos tenham, na ponta da língua, as respostas às dúvidas dos portugueses.
Ora espreite este trabalho onde o Expresso desafiou os leitores a colocarem questões e procurou as reações dos candidatos. Tome nota das respostas… ou da falta delas.
Percorremos o filme das últimas horas na estrada. Antecipamos o que se segue.
AGENDA DE CAMPANHA
As voltas da campanha teimam em repetir-se (com eventuais cruzamentos de campanha) nas mesmas zonas, frequentemente as mais populosas e onde se elegem mais deputados.
Esta quarta-feira não foge à regra. Há quatro comitivas a norte, três delas com agenda na zona do Minho.
A AD começa o dia em Arcos de Valdevez, passa por Viana e acaba em Barcelos. O BE também escolheu Braga para comício da noite, depois de uma passagem por Famalicão e pelo Porto. O PAN dedica o dia a ações em Braga e no Porto. A IL também preenche a agenda de campanha na região do Porto.
A sul, o PS marcou o distrito de Setúbal no roteiro. Começa o dia no Barreiro, para seguir, depois do almoço, até Torres Vedras. A CDU percorre o mesmo distrito, começando na cidade de Setúbal e acaba o dia em Évora. Já o Chega anda entre o Alentejo e o Algarve, com o mapa a assinalar Beja e Olhão e o Livre prossegue a campanha na zona de Lisboa.
As voltas de uma campanha que não faz pausas até à meia-noite de sexta-feira estão todas por aqui. Atualizações permanentes para que nada lhe falte!
Boa quarta-feira!
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: paulasantos@expresso.impresa.pt