Benjamin Netanyahu concedeu uma vitória política a Donald Trump, depois de Washington ter enviado caças B-2 para completar a destruição de importantes instalações nucleares iranianas. Com esta ação coordenada, saiu enfraquecido o eixo antiocidental, e, consequentemente, a posição americana no mundo renova-se.
O Presidente dos Estados Unidos conseguiu capitalizar os êxitos militares de Israel. Pequim e Moscovo ficaram à espreita, sem intervir, deixando o Irão sozinho a suportar os ataques. A fiabilidade da China e da Rússia enquanto parceiras estratégicas fica em causa em várias regiões onde pretendem ter influência, depois da queda do regime de Bashar al-Assad, há meses, ter deitado por terra anos de investimento russo naquele país.
O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, esteve na segunda-feira em Moscovo, tendo recebido uma confirmação óbvia, mas limitada: Vladimir Putin está do lado do Irão. Qualquer que seja a opinião russa sobre o programa nuclear de Teerão e os ataques americanos contra as instalações nucleares, tinham soado alarmes em Moscovo por causa das declarações de Israel sobre “mudança de regime”, e até com a perspetiva de uma operação militar conjunta prolongada entre Israel e os Estados Unidos, que pudesse destruir a economia iraniana e gerar (mais) um Estado falhado e caótico no volátil Médio Oriente.
Grande parte do trabalho que Israel fez contra o Irão foi no âmbito da espionagem. Por si só, isto é demonstrativo das falhas de segurança do regime dos aiatolas.
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