Entre os ataques destaca-se o deste domingo ao terminal de gás do porto de Ust-Luga, perto de São Petersburgo, no lado russo do Mar Báltico, a cerca de 900 quilómetros da fronteira com a Ucrânia. Dmitri Peskov disse, esta segunda-feira, que "o regime de Kiev continua a mostrar a sua face abominável ao atacar locais de infraestruturas civis". Na zona foi registado um incêndio causado por um "fator externo".
Este domingo foi também registado um ataque contra um mercado em Donetsk, região ucraniana sob controlo russo, no qual morreram pelo menos 27 pessoas. O exército ucraniano negou a responsabilidade pelo mesmo: "A Rússia deve assumir a responsabilidade pelas vidas dos ucranianos que foram perdidas", lê-se na nota. A ONU condenou o ataque, tendo pedido que sejam realizadas investigações completas, rápidas e independentes para determinar os factos e responsabilidades.
Já em Bruxelas, o chefe da diplomacia da União Europeia disse estar confiante de que os 27 Estados-membros encontrarão um consenso para disponibilizar mais cinco mil milhões de euros para a Ucrânia ao abrigo do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz (MEAP). As declarações de Borrell surgem depois da proposta não ter gerado consenso: a Hungria é contra este novo plano.
"É triste e dececionante que a reunião do Conselho dos ministros dos Negócios Estrangeiros de hoje tenha apresentado uma proposta, por parte do Serviço Europeu de Ação Externa, de assegurar milhares de milhões de euros para novos transportes de armas à Ucrânia", referiu em Bruxelas o chefe da diplomacia de Budapeste, Péter Szijjártó.
Outras notícias que marcaram o dia:
⇒ Numa visita a Kiev, o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, reiterou o apoio à Ucrânia na batalha "entre o bem e o mal". O chefe do Governo polaco declarou que o seu país irá "fazer tudo o que for possível para aumentar as hipóteses de vitória da Ucrânia".
⇒ A Rússia acusa o Ocidente de impedir "resolução pacífica" entre “povos irmãos". O chefe da diplomacia da Rússia, Serguei Lavrov, disse que os países ocidentais pressionam a Ucrânia a "prosseguir com um confronto militar sem sentido".
⇒ Portugal é um dos países a criticarem a "hipocrisia" da Rússia por convocar mais uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) para protestar contra a "transferência legal de armas" do ocidente para a Ucrânia. Num comunicado conjunto, quase 50 países, incluindo Estados Unidos, França, Reino Unido, Israel, Ucrânia, Espanha ou Portugal, salientaram que as "transferências legais de armas para a Ucrânia" são feitas em apoio ao "direito inerente de autodefesa" de Kiev, em conformidade com a Carta da ONU.
⇒ Milhares de russos expressaram até agora com as suas assinaturas apoio ao ex-deputado liberal Boris Nadejdin, que pretende tornar-se o candidato presidencial "pela paz" e contra o atual Presidente russo, Vladimir Putin, nas eleições de entre 15 e 17 de março. Este domingo, Nadejdin reafirmou querer pôr fim à mobilização de homens para combater.
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