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Franceses preparam “quinta-feira negra” contra reforma aos 64 anos

Manifestação em Marselha contra a reforma das pensões, a 17 de janeiro de 2023
Manifestação em Marselha contra a reforma das pensões, a 17 de janeiro de 2023
Denis Thaust/SOPA Images/LightRocket/Getty Images

Das profissões de risco à generalidade da população, todos terão de trabalhar mais tempo em França. A população, que já está descontente com a forte inflação, promete “paralisar” o país até que o Governo desista da medida

Guilherme Monteiro, em Paris

“Eu tenho dores de costas e ainda só tenho 50 anos.” Luís Gonçalves, português nascido em França, trabalha há quase três décadas como metalúrgico, nos arredores de Paris. Todos os dias carrega materiais pesados, sendo que os fatores prejudiciais para a saúde não se ficam por aqui: contacto com substâncias químicas, estar na presença de calor, fumo e ruídos. No entanto, os metalúrgicos não estão entre as profissões consideradas de risco — como polícias ou bombeiros —, que podem partir para a reforma até dez anos mais cedo do que a generalidade da população.

Os metalúrgicos vão, aliás, ter de ficar no ativo até aos 64 anos, mais dois do que atualmente. É “impensável”, dizem os profissionais do sector, como Gonçalves, também dirigente de um dos principais sindicatos franceses, a CGT. O português lembra que muitos colegas chegam a essa idade “com pouca saúde” e “muitos até morrem mais cedo”.

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