Internacional

Extrema-direita pode conseguir mais de 40 lugares nas eleições em Espanha. Direita pode liderar coligada

Extrema-direita pode conseguir mais de 40 lugares nas eleições em Espanha. Direita pode liderar coligada
NurPhoto/GETTY

A maioria das sondagens que estão a ser publicadas em Espanha mostram uma subida da extrema-direita nas próximas eleições, a 10 de novembro. Em contraciclo está o Centro de Investigação Sociológica que dá ao socialistas de PSOE a possibilidade de formarem maioria ou com o Cidadãos ou com o Unidas Podemos - isto apesar de a história recente mostrar que nem com uns nem com outros tem sido fácil ao líder socialista, Pedro Sánchez, formar consensos

Extrema-direita pode conseguir mais de 40 lugares nas eleições em Espanha. Direita pode liderar coligada

Ana França

Jornalista da secção Internacional

Está a terminar uma semana durante a qual todas as principais empresas de sondagens e institutos de estudos políticos espanhóis lançaram uma sondagem. Excluindo a do Centro de Investigação Sociológica (CIS), que mostra os socialistas (PSOE) de Pedro Sánchez com 32,2% dos votos, ou seja, com um número de deputados situado algures entre os 133 e os 150, e o partido de extrema-direita Vox a cair em comparação com o resultado das eleições de abril, de 24 assentos para um máximo de 21 ou um mínimo de 14 (com 7,9% dos votos), quase todos as outras consultas dão ao Vox números bem mais gordos.

Esta quinta-feira, uma outra consulta vem reforçar os resultados já apresentados por outras empresas no início da semana. De acordo com a pesquisa da SyM ​​Consulting, o Partido Popular (PP, centro-direita) ficaria com um mínimo de 80 e um máximo de 94, o Vox seria a terceira força com um máximo de 49 deputados (mínimo, mesmo assim, de 41), e o Cidadãos (direita liberal) com entre 35 e 40 assentos. Estes números dão à direita possibilidades sérias de coligação, se aceitarem incluir o Vox nas contas. Entre PP, Vox e Cidadãos a direita conseguiria 160 e 183 deputados, enquanto a esquerda alcançaria entre 139 e 156 (PSOE, Unidas Podemos e Más País, do ex-líder do Podemos Iñigo Errejón). Ora a maioria absoluta está marcada nos 176 deputados.

Os socialistas continuam a aparecer em primeiro lugar, com cerca de 27,07%, com 102 e 115 deputados, um número muito diferente daquele avançado pelo CIS, que coloca Sánchez na mira da maioria, caso consiga coligar-se com o Unidas Podemos ou com o Cidadãos. Na sondagem do CIS, a junção de esquerdas de Pablo Iglesias conseguiria entre 37 a 45 cadeiras (42 nas últimas eleições gerais) ou 14,6% dos votos. Já na consulta da SyM, o Unidas Podemos fica com um número de deputados situado entre os 34 e os 36, menos pelo menos dez do que na consulta do CIS.

Esta sondagem foi feita já depois da exumação de Franco e dos distúrbios na Catalunha, dois fatores que podem ter prejudicado Sánchez junto de um eleitorado mais conservador, que mostra, pelo contrário, uma trajetória descendente para os socialistas. Ainda que permaneça o partido com mais intenções de voto, segundo o barómetro do GAD3 publicado pelo ABC, os socialistas perderam ponto e meio em apenas uma semana: passando de 28,7% para 27,3% o que se traduz em menos cinco deputados. Teriam assim 118, menos cinco que em abril.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: afranca@impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate