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Espanha. Nova sondagem dá vitória confortável aos socialistas nas eleições de 10 de novembro

Espanha. Nova sondagem dá vitória confortável aos socialistas nas eleições de 10 de novembro
JAVIER SORIANO/GETTY IMAGES

Apesar de estar a subir na maioria das sondagens, Pedro Sánchez continua a ter o problema das coligações pós-eleitorais. Nas últimas eleições, em abril, não se entendeu com o Unidas Podemos porque as esquerdas exigiam ministérios que ele não estava preparado para dar. Agora também tem o Cidadãos com quem falar mas as massas eleitorais mais à esquerda podem não estar confortáveis com uma aliança socialista com um partido de direita liberal

Espanha. Nova sondagem dá vitória confortável aos socialistas nas eleições de 10 de novembro

Ana França

Jornalista da secção Internacional

Pedro Sánchez e o seu Partido Socialista dos Trabalhadores Espanhóis (PSOE) aparecem, na última sondagem publicada pelo Centro de Investigação Sociológica (CIS) espanhol com 32,2% dos votos, ou seja, com um número de deputados situado algures entre os 133 e os 150. Nas eleições de abril conseguiram 123 lugares. Isto quer dizer que, para atingirem uma maioria absoluta (176), os socialistas apenas precisariam do Unidas Podemos (esquerda populista) ou do Cidadãos (direita liberal).

Há problemas com ambas as formações partidárias: o Unidas Podemos já anteriormente se negou a aceitar as condições de Sanchez para formar governo, mas as negociações foram longas. Já o Cidadãos não é visto como o parceiro preferido dos eleitores mais à esquerda do PSOE mas os dois partidos continuam a falar. Foi por não haver acordo entre os socialistas e o Unidas Podemos que Espanha tem de repetir eleições, a 10 de novembro. Resta saber se desta vez os dois lados encontram mais pontos em comum - ou se, por outro lado, Sánchez prefere encentar conversas à sua direita, com o Cidadãos. De notar também que a pesquisa foi realizada de 21 de setembro a 13 de outubro, ou seja, foi finalizada no dia anterior ao conhecimento da sentença dos líderes políticos que receberam penas de prisão por lutarem pela independência da Catalunha, um movimento inconstitucional à luz da atual lei espanhola. Além de não ter em conta esse factor também não leva em conta os violentos distúrbios que se seguiram à decisão do Supremo nem a exumação de Franco do Vale dos Caídos.

A questão da Catalunha pode ser decisiva já que os socialistas defenderam a "proporcionalidade" e a "restrição" com que o governo agiu diante dos distúrbios, coisa que poderá ter alienado alguns mas de certo lhe granjeou apoio entre os que, sendo de esquerda e sendo catalães, não são a favor dos protestos.

O Partido Popular (PP, centro-direita) aparece com 18,1% das intenções de votos e poderia obter entre 74 e 81 deputados. O Cidadãos seria o terceiro com 10,6% dos votos e entre 27 e 35 assentos. Um decréscimo acentuado, já que em abril o partido ficou com 57 lugares. O Unidas Podemos, uma coligação de várias forças de esquerda, conseguiria entre 37 a 45 cadeiras (42 nas últimas eleições gerais) e 14,6% dos votos. O partido de extrema-direita Vox cairia em comparação com o resultado de abril, de 24 assentos para um máximo de 21 ou um mínimo de 14 (com 7,9% dos votos). Más País, a plataforma de centro-esquerda recém-lançada por Íñigo Errejón, ex-dirigente do Podemos, com as formações Compromís e Equo, obteria entre três e quatro deputados com 2,9% dos votos, algo longe do que foi sendo atribuído a este novo movimento nas últimas semanas.

Esta sondagem está em contraciclo com outras, feitas já depois da exumação de Franco e que mostram, pelo contrário, uma trajetória descendente para os socialistas. Ainda que permaneçam o partido com mais intenções de voto, segure o barômetro do GAD3 publicado pelo ABC, os socialistas, perderam ponto e meio em apenas uma semana: passando de 28,7% para 27,3% o que se traduz em menos cinco deputados. Teriam assim 118, menos cinco que em abril. E nesta mesma sondagem o número verdadeiramente surpreendente é o do Vox: 40 assentos possíveis, 17 a mais do que em abril, ou 13,5%. A pesquisa da Sigma Dos também prevê um forte aumento no Vox e atribui-lhes um tecto máximo de 41 lugares.




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