Saber o que significa 'trivial' é importante? Para finalistas de liceu, nem por isso
É o que se conclui da resposta dada a um protesto de alunos neozelandeses que não reconheceram a palavra num exame de História
É o que se conclui da resposta dada a um protesto de alunos neozelandeses que não reconheceram a palavra num exame de História
Jornalista
Finalistas de liceu têm obrigação de saber o que significa 'trivial'? Ou essa questão é ela própria trivial, e mais do que trivial, injusta? Foi a pergunta que se pôs, não aos estudantes, mas às autoridades da educação na Nova Zelândia. E parecem ter sido os estudantes (muitos deles, pelo menos) a ganhar com a resposta dada.
O exame de História dos alunos do 13.º ano pedia aos estudantes que analisassem e discutissem uma citação do imperador romano Júlio César: "Eventos de importância são o resultado de causas triviais". Acontece que uma parte substancial deles não sabia o que significa trivial. Uns pensavam que era o mesmo que significativo, outros não sabiam.
Para evitar que os penalizassem por responderem mal, lançaram uma petição pública a notar que jamais tinham ouvido aquela palavra e a exigir, basicamente, que fosse aceite a acepção dada por cada um deles ao termo. Milhares de pessoas assinaram. E as autoridades, embora mantendo que estudantes àquele nível deviam conhecer a palavra, aceitaram a exigência.
"Se os candidatos se referiram à citação e integrarem nela as suas ideias, serão creditados pela força dos seus argumentos e análise e não serão penalizados por interpretaram mal a palavra 'trivial'", disse uma responsável nacional por avaliação escolar.
O presidente da Associação Neozelandesa de Professores de História, Graeme Ball, concorda: "O exame não era um teste à compreensão, portanto não é justo que isso faça parte da avaliação. Acho que não devemos tirar conclusões sobre o que os estudantes devem e não devem saber nesse nível".
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