Google lava mais verde, mas não comenta apoio a negacionistas das alterações climáticas

A responsável pelo departamento de sustentabilidade ambiental da Google, Kate Brandt, esteve na Web Summit a apregoar o caminho de aposta nas energias renováveis, no "carbono zero" e na economia circular, seguida pela empresa. Porém, recusou responder a todas as questões relacionadas com os "contributos financeiros avultados que tem dado aos grupos conservadores que, nos corredores da administração de Washington, negam a existência de alterações climáticas.

Na conferência de imprensa que se seguiu à sua intervenção no palco Planet:Tech, Kate Brandt repetiu o discurso que proferiu meia hora antes. Querem "ser 24 horas vezes sete dias movidos a energias sustentáveis"; são "neutros em carbono" (ou seja emitem tanto CO2 como aquele que dizem fazer sumir ou compensar); já investiram seis mil milhões de dólares em energias renováveis”; e apoiam múltiplos projetos e organizações em várias partes do mundo no sentido de atingir vários dos objetivos do desenvolvimento sustentável da ONU.

Contudo, quando questionada sobre o facto de a Google financiar organizações como o Competitive Enterprise Institute, que terá convencido Donald Trump a abandonar o Acordo de Paris, ou outras organizações conservadoras que fizeram campanha contra a legislação climática nos EUA, Brandt optou por fugir às perguntas. "A nossa força é a paixão dos nossos funcionários pela sustentabilidade e pelo ambiente. Este é o nosso caminho", respondeu.

“Fico feliz por me transmitir a informação, que vou transmitir ao meu colega responsável pela área em questão”, foi a resposta que deu a duas outras questões, alegando "não ter elementos" para esclarecer as dúvidas dos jornalistas. Uma relacionada com o porquê de o algoritmo do maior motor de busca do mundo optar por destacar artigos de negacionistas das alterações climáticas em alguns países; e outra sobre a violação de direitos humanos e de regras ambientais na exploração mineira na Tanzânia perpetradas por fornecedores da multinacional.