Transportes

Na hora da despedida da TAP, Christine Ourmières-Widener elogia trabalhadores e diz que sai "com imensa tristeza"

Na hora da despedida da TAP, Christine Ourmières-Widener elogia trabalhadores e diz que sai "com imensa tristeza"
ANTÓNIO COTRIM

A presidente executiva da TAP sublinhou os dois anos de "trabalho árduo" com as "equipas mais competentes e dedicadas" que conheceu. E afirmou que "é com imensa tristeza" que deixa a companhia ao fim de quase dois anos

No seu último dia de liderança da TAP, a presidente executiva, Christine Ourmières-Widener, escreveu uma carta de despedida onde elogia os trabalhadores, nomeadamente a sua resiliência, afirmando que a transportadora está melhor do que estava quando entrou, e destacando a redução dos cortes salariais, que diz ter sido sempre uma prioridade. Mostra-se orgulhosa de ser a primeira mulher a liderar a companhia. E assegura que palavra mais relevante que aprendeu foi “saudade”.

“Foram dois anos intensos e desafiadores, de trabalho árduo em conjunto com as equipas mais competentes e dedicadas que conheci. Enfrentámos juntos muitos obstáculos, sem nunca perder a esperança, a determinação e o foco. Graças ao trabalho árduo e ao compromisso de todos, conseguimos superar muitos desafios e alcançar resultados significativos”, afirma a ainda presidente executiva da TAP. Luís Rodrigues, o novo líder, toma posse esta sexta-feira.

A gestora francesa evidencia que não sai por vontade própria. "É com imensa tristeza que deixo a TAP, ao fim de quase dois anos...", confessa. Christine Ourmières-Widener foi exonerada a 6 de março, por "justa causa", na sequência do relatório da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) sobre o processo de saída de Alexandra Reis, com uma indemnização de 500 mil euros.

"Saio agora de uma companhia diferente daquela em que entrei", salienta, afirmando que a TAP é agora uma "companhia resiliente, que sobreviveu à pandemia da Covid-19 e já recuperou praticamente a 100% a sua atividade".

E a gestora aponta os feitos: "O plano de reestruturação, com que nos comprometemos, está a ser cumprido mesmo antes do previsto, graças ao desempenho financeiro da companhia". Christine Ourmières-Widener salienta que foi "possível mitigar os cortes salariais, que sempre foi uma prioridade". Os cortes da remuneração dos trabalhadores estão agora nos 20%.

A gestora considera ainda que a "TAP está mais forte". E lembra que a companhia tem "uma posição geográfica privilegiada que lhe permite tirar o melhor partido possível da sua nova e mais eficiente frota", mantém "uma forte posição no Brasil", e reforçou "o papel essencial de ligar as comunidades de língua portuguesa a Portugal e de ligar Portugal ao resto do mundo".

Tem ainda uma palavra para a Groundforce, cujo negócio com a Menzis foi agora fechado. "É mais um importante passo para o caminho de recuperação. E representa uma das maiores mudanças estruturais a seguir ao encerramento da ME Brasil".

A gestora diz ainda na sua carta aos trabalhadores dizendo que "acredita no futuro brilhante da TAP".

Apelida de "brilhantes" os trabalhadores, salienta que a palavra mais importante que aprendeu em português foi saudade.

"Em dois anos de Portugal, a palavra mais importante que aprendi é única: Saudade. E já sei por antecipação o que ela significa", confessou. Dizendo que "é o sentimento" que leva face à TAP e a "todos os que a fazem diariamente e lhe chamam família".

Termina a carta dizendo que "foi uma honra ser a primeira CEO da TAP".

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