Trabalho

Espanha aumentou salário mínimo em 47% em cinco anos

Foto: Getty Images
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O governo de Espanha aprovou o aumento do salário mínimo em 2023 para 1080 euros, uma subida de 47% em cinco anos

O Governo espanhol aprovou esta terça-feira, 14 de fevereiro, o aumento do salário mínimo em 2023 para 1080 euros, o que representa uma subida de 47% em cinco anos.

Em relação ao ano passado, o aumento é de 8%, próximo da inflação média de 8,3% que Espanha registou em 2022.

Em cinco anos, o salário mínimo espanhol, pago em 14 prestações por ano, passou de 735,7 euros em 2018 para 1080 euros em 2023, coincidindo com a liderança do Governo espanhol pelo atual primeiro-ministro, o socialista Pedro Sánchez, que está no poder com uma coligação com a plataforma de partidos de esquerda Unidas Podemos.

A pasta do Trabalho está precisamente nas mãos de uma das ministras da Unidas Podemos, que é também a segunda vice-presidente do Governo, Yolanda Díaz, que hoje sublinhou que um dos compromissos da coligação era aumentar o salário mínimo em Espanha até 60% do salário médio no país.

O aumento para 1080 euros em 2023, que Sánchez já havia anunciado em 31 de janeiro e que foi aprovado esta terça-feira pelo Conselho de Ministros, cumpre esta promessa, afirmou Yolanda Díaz, que estimou em 2,5 milhões o número de pessoas que recebe o salário mínimo em Espanha.

Segundo as estimativas do Banco de Espanha, 10% da população assalariada no país recebe o salário mínimo, o que equivale a um pouco mais de 2 milhões de pessoas.

O acordo para o aumento do salário mínimo este ano foi alcançado com os sindicatos, mas não com os representantes das entidades patronais, a quem Yolanda Díaz apelou nesta terça-feira para se sentarem à mesa das negociações para as atualizações salariais no quadro dos contratos coletivos de trabalho.

A ministra sublinhou que há um "consenso académico" em relação ao impacto positivo "transversal" na sociedade da existência do salário mínimo e dos aumentos do salário mínimo e deu como exemplo a redução da pobreza infantil, da "pobreza laboral" ou da desigualdade e género nos rendimentos, entre outros.

Por outro lado, "nenhum dado" confirma "o mantra neoliberal" de que o salário mínimo "destrói emprego", acrescentou Yolanda Díaz.

A ministra insistiu em que aumentar os salários tem impacto no consumo e na economia em geral, apelando aos empresários para seguirem o exemplo do Governo, em especial, aos dirigentes de grandes empresas que obtiveram em 2022 "lucros históricos", como bancos ou energéticas.

Além deste aumento de 8% do salário mínimo este ano, o Governo espanhol decidiu manter a atualização das pensões indexada à inflação média de 2022, que foi 8,3%, tal como prevê a lei.

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