A EDP projeta para este ano um resultado líquido recorrente de 1,2 a 1,3 mil milhões de euros, revela a apresentação da empresa divulgada ao mercado esta sexta-feira no âmbito da publicação das contas do terceiro trimestre. A projeção fica acima da anterior estimativa, de final de julho, que apontava para um lucro de 1,1 mil milhões de euros este ano.
Na apresentação enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a EDP mantém, contudo, a estimativa de EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) em 5 mil milhões de euros.
A EDP reiterou ainda o objetivo de fechar o ano com uma dívida líquida de 15 mil milhões de euros, embora o presidente executivo da elétrica, Miguel Stilwell de Andrade, tenha admitido que o grupo possa conseguir um valor até inferior a esse patamar.
Na conferência com analistas para apresentação dos resultados dos primeiros nove meses do ano Miguel Stilwell de Andrade frisou que “a execução da rotação de ativos tem corrido muito bem”. “Estamos muito confiantes para o que resta de 2023”, acrescentou o gestor.
Nos primeiros nove meses do ano a EDP aumentou o seu lucro em 83%, para 946 milhões de euros, mas numa base recorrente o resultado líquido do grupo duplicou, para 1026 milhões de euros.
O EBITDA até setembro subiu 25%, para 3,82 mil milhões de euros, enquanto a dívida líquida também aumentou, ascendendo a 16,9 mil milhões de euros.
EDP espera encargos mais baixos com tarifas sociais
Questionado pelos analistas sobre a decisão do Governo português de reformular o modelo de financiamento das tarifas sociais da eletricidade, o presidente executivo da EDP comentou que “para a EDP os custos serão mais baixos do que no passado”, já que o custo das tarifas sociais passará a ser suportado por mais entidades além dos produtores que até agora eram chamados a pagar (com a EDP a suportar o maior fardo).
As tarifas sociais, que garantem às famílias de menores rendimentos um desconto de 34% na fatura da eletricidade, têm um encargo anual da ordem dos 122 milhões de euros. Ainda falta conhecer os detalhes da redistribuição desse encargo, mas o Governo já indicou que os custos das tarifas sociais também serão pagos por outros agentes do setor energético, incluindo os comercializadores.
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