A multinacional petrolífera Shell viu o seu lucro cair para quase metade no segundo trimestre deste ano: o resultado ajustado cifrou-se em 5,07 mil milhões de dólares (4,58 mil milhões de euros ao câmbio atual), menos 47% do que os ganhos registados nos primeiros três meses do ano.
A queda é justificada pela conjuntura internacional de redução dos preços do petróleo e gás (que também afetaram outras petrolíferas, como a espanhola Repsol), e também por um recuo da margem de refinação, bem como piores resultados no negócio de gás natural liquefeito.
Em termos operacionais, as contas da Shell no segundo trimestre ressentiram-se. O EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), numa base ajustada, desceu 32,6% entre o primeiro e o segundo trimestre, para 14,43 mil milhões de dólares (13 mil milhões de euros).
A Shell também desacelerou o investimento, que baixou de 6,5 mil milhões de dólares no primeiro trimestre para 5,1 mil milhões de dólares no período de abril a junho, o que levou o grupo a ajustar em baixa a sua previsão de investimento para o conjunto do ano.
Apesar da queda do lucro, o presidente executivo da Shell, Wael Sawan, ficou satisfeito com os resultados. “A Shell apresentou um forte desempenho operacional no segundo trimestre, apesar de um ambiente de preços mais baixos nas matérias-primas”, comentou o gestor no comunicado de resultados.
Esta quinta-feira, a empresa também indicou que irá avançar nos próximos três meses com um programa de recompra de ações no valor de 3 mil milhões de dólares (o equivalente a 2,7 mil milhões de euros), uma opção que várias empresas cotadas têm seguido como forma complementar de premiar os seus acionistas, além da distribuição de dividendos. No caso da Shell, a empresa também prometeu aos acionistas aumentar o dividendo em 15%.
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