Lucro da Navigator cresce mais de 150% no primeiro semestre
A Navigator lucrou 161,9 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano. As vendas cresceram quase 60%, à boleia dos aumentos dos preços da pasta de papel
A Navigator lucrou 161,9 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano. As vendas cresceram quase 60%, à boleia dos aumentos dos preços da pasta de papel
Jornalista
A Navigator lucrou 161,9 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano, o que representa um crescimento de 151,3% face ao resultado líquido obtido no mesmo período do ano anterior (64,4 milhões de euros), anunciou, esta quinta-feira, a empresa em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
As vendas totais da papeleira subiram 59,8% em termos homólogos, para os 1142,1 milhões de euros.
Só no segundo trimestre (entre abril e junho), o volume de vendas de papel foi de 407 mil toneladas (mais 12% que no período homólogo), o volume de vendas de pasta foi de 72 mil toneladas (menos 2%) e o volume de vendas de Tissue (como papel higiénico ou lenços) foi de cerca de 25 mil toneladas (menos 1%).
No total dos seis meses, "94% das vendas de UWF [papel para impressão] foram efetuadas em mercado externo", porém, a papeleira destaca que, ainda assim, em Portugal as vendas "aumentaram em cerca de 13% em resposta à escassez de papel que se fez sentir no país ao longo de todo o semestre".
A empresa registou um EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de 344,6 milhões de euros, mais 129% que no semestre homólogo.
A papeleira realça que a dinâmica do mercado de papel no segundo trimestre "foi condicionada pelo prolongar da guerra na Europa e consequente aumento de incerteza e receios de disrupção nas várias cadeias de abastecimento".
Adicionalmente, no período em análise, "ainda se sentiram os efeitos da greve que se prolongou durante os primeiros quatro meses do ano no Norte da Europa, com impacto em todos os papéis de impressão e escrita, e na limitação da oferta disponível de pasta para mercado".
Estes resultados foram influenciados por esses fatores, mas também pelo facto dos preços da pasta terem atingindo valores históricos. Como lembra a Navigator, os preços estão a ser influenciados "pelo aumento generalizado do custo da energia, logística e matérias-primas, e ainda por um balanço-oferta procura muito desequilibrado".
A empresa indica, por fim, que procedeu à distribuição de 100 milhões de euros de dividendos no início de junho, tendo o endividamento líquido registado uma redução de cerca de 137 milhões de euros, face a 2021, para 521 milhões de euros.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: rrrosa@expresso.impresa.pt