Num ano marcado pela pandemia, regista-se uma quebra dos resultados líquidos para 71 milhões de euros (-57,6%), a par de uma subida de 6,1% nas vendas, para um recorde de €6,8 mil milhões. A presidente executiva da Sonae aproveita a mensagem pessoal que acompanha a apresentação de contas do grupo, esta quinta-feira, para deixar elogios à forma como a empresa e toda a equipa lidou a crise: "A nossa resposta à pandemia distinguiu-nos de forma clara da concorrência. Nos nossos negócios de retalho, liderámos o caminho nas vendas online e na fidelização digital dos clientes. Marcas como o Continente ou a Worten viram as suas quotas de mercado no e-commerce atingirem valores bem acima das suas posições já de liderança em Portugal", afirma.
“2020 foi um ano diferente. A pandemia de covid-19 impactou cada aspeto das nossas vidas e desafiou-nos enquanto organização. Enfrentámos disrupções profundas em áreas como a saúde e a segurança, o trabalho remoto, as cadeias de abastecimento e a aceleração digital", diz Cláudia Azevedo antes de deixar um destaque a apontar para o futuro:" Somos hoje uma empresa preparada para a era digital".
No último ano, comenta, os investimentos em tecnologia na Sonae IM aumentaram significativamente de valor, enquanto a empresa acelerou a digitalização da interação com os clientes no retalho, serviços financeiros e telecomunicações. Assim, "2020 foi um ano que comprovou" a agilidade coletiva da Sonae, garante.
E justifica: "Movemos milhares de pessoas para trabalho remoto em apenas alguns dias, ajustámos compras e investimentos, adaptámos a capacidade das nossas redes de telecomunicações e das nossas entregas em casa dos clientes. Sem dúvida alguma, as mudanças organizacionais que implementámos nos últimos anos, aliadas ao talento jovem que se juntou ao grupo, foram fundamentais para atingir este nível de preparação e agilidade".
"Estou incrivelmente orgulhosa", garante a mulher que lidera o grupo construido pelo pai, Belmiro de Azevedo. sem esquecer uma referência direta aos trabalhadores: "É naturalmente graças às nossas pessoas que conseguimos chegar tão longe".
No trabalho feito há destaques para os compromissos ambientais e sociais, da redução de plásticos e da pegada de carbono à igualdade de género, mas também é referido o .contributo de 14 milhões de euros para doar milhares de bens e equipamentos de proteção individual a pessoas carenciadas e a profissionais de saúde e de segurança.
Quanto aos resultados, "globalmente, o portefólio diversificado de negócios líderes da Sonae manteve-se forte. Fomos capazes de aumentar o volume de negócios consolidado em 6,1% para 6.827 M€ e alcançar um EBITDA subjacente praticamente em linha com o de 2019. A solidez das nossas operações foi sustentada por uma gestão ativa de alocação de capital. Implementámos várias iniciativas de preservação de liquidez em todos os negócios e refinanciámos importantes linhas de crédito de forma a fortalecer ainda mais a nossa estrutura de capital.", sustenta.
"O nosso portefólio continuou a mostrar a sua capacidade de geração de cash flow e a dívida líquida consolidada do grupo diminuiu 47 M€ para 1.103 M€ nos últimos 12 meses", comenta ainda no detalhe de um ano em que o grupo somou investimentos de €500 milhões (+26%), a refletir , expansão orgânica e aquisições, nomeadamente reforços na NOS e na Salsa.
Sobre o futuro, apesar de acreditar que "os avanços científicos irão rapidamente controlar a pandemia", fica claro que "2021 não será um ano fácil", exigir um trabalho "incansável na inovação e adaptação a um ambiente em constante mudança".
"Simultaneamente, teremos que permanecer focados em fazer evoluir continuamente o nosso portefólio de investimentos, direcionando a alocação de capital para capturar oportunidades de crescimento de médio prazo e assegurar que a Sonae está preparada para o futuro. Esta sempre foi a nossa filosofia. Agora será mais necessária do que nunca", conclui
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