A minha sinfonia preferida de Mahler são todas, mas sempre dediquei uma devoção especial à Segunda, dita da ‘Ressurreição’, estreada em 1895. Talvez pelo seu óbvio carácter narrativo, dos ritos fúnebres (‘Totenfeier’) do primeiro andamento à luz primordial (‘Urlicht’) do quarto, e ressurreição triunfal do quinto e último andamento, com coro e solistas, numa óbvia emulação da “Nona” de Beethoven. Que Hannu Lintu — nesta sua primeira apresentação como maestro titular da Orquestra Gulbenkian — tenha escolhido preceder Mahler com as “Atmosphères” (1961), de György Ligeti (magistralmente usadas por Kubrick em “2001 — Odisseia no Espaço”), só ajudou à festa.
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