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Cultura

Exposição “Sinais da Liberdade”: as cores da democracia portuguesa também estão em cinzeiros, vassouras e raquetes de praia

José Pacheco Pereira, do arquivo Ephemera
José Pacheco Pereira, do arquivo Ephemera
António Cotrim/Lusa

Para o Tribunal da Boa Hora, em Lisboa, onde o regime julgava os seus opositores, o arquivo Ephemera, de José Pacheco Pereira, convocou uma explosão de alegria e cor que percorre grande parte da iconografia política e propagandística gerada pela democracia nos últimos 49 anos. Cabe lá tudo: os típicos cartazes com as palavras da ordem, mas também um Cunhal vestido à Futebol Clube do Porto e caixas de fósforos com retratos de Sá Carneiro

Os pequenos retângulos, do tamanho de uma carta de baralho, nos quais se vislumbram figuras, como se fossem “santinhos”, aparecem expostos em cima de uma mesa, protegidos por um vidro. São calendários otimizados para guardar na carteira – como era costume antes da era dos ‘smartphones’. Estes exemplares foram transformados em veículos de propaganda política, para fazer circular nomes de candidatos políticos ou causas locais, como é o caso de Manuel Marques, que se apresenta como Presidente da Junta de Freguesia de Recardães acompanhado da frase “Gostamos de Viver Na Nossa Terra”, ou da Drª Amélia (assim mesmo, sem apelido) que diz ser só “A Nossa Presidente”… Nalguns casos, excluem-se os rostos e as palavras para dar lugar a imagens que evocam obras de melhoramento ou proximidades pessoais, como é o caso de um calendário em que aparece a imagem de uma estrada em construção, de outro no qual se alinham vários contentores de lixo, ou ainda daquele em que um homem (Narciso Miranda) aparece ao lado de outro homem (Mário Soares) a folhear um livro. Há também grupos de homens e mulheres a lembrar os retratos de família, e em muitos deles não existem sinais de símbolos partidários.

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