Giacometti, Lindbergh e Bacon: três grandes artistas que cruzam o Douro entre Porto e Gaia

Em abril, duas exposições de três artistas mundialmente conhecidos vão abrir uma nova ponte entre a Invicta e Vila Nova de Gaia. No próximo dia 15, o MMIPO - Museu e Igreja da Misericórdia do Porto, na Rua das Flores, volta a abrir as portas ao público com uma exposição dupla incontornável: 110 obras que incluem as inconfundíveis esculturas em bronze do suiço Alberto Giacometti e a coleção vista pela lente do celebrado Peter Lindbergh.

Numa sala exclusiva, estarão ainda em exibição alguns dos mais icónicos retratos do fotógrafo de moda, como os protagonizados por Naomi Campbell, Uma Thurman e Julianne Moore.

A mostra conjunta denominada 'Capturar o Invisível' foi apenas exposta até agora no Instituto Giacometti, em Paris, na qual Lindbergh, que morreu em setembro de 2019, esteve empenhado na sua vinda para o Porto. António Tavares, provedor da Misericórdia do Porto, detentora do MMIPO, refere que esta exposição é a concretização de “uma das últimas projeções de Peter Lindbergh, que na sua visita ao Porto procurou conhecer a cidade, o espaço expositivo e as gentes que iriam acolher a exposição”.

“Agora, num momento tão peculiar, cabe-nos a nós cumprirmos este encontro artístico”, salienta António Tavares. A iniciativa resulta de uma parceria entre o MMIPO, a Porto Taylor´s e a Comissária Charlotte Crapts. A exposição, no final da qual os visitantes são convidados para apreciar um vinho do Porto no jardim do Museu, fica patente ao público até 24 de setembro.

Amigo do outro lado da ponte

Do outro lado da Ponte D. Luís I, a Galeria do WOW (World of Wine), inaugurado no verão passado, terá patente ao público entre 29 de abril e 26 de setembro uma grande exposição de Francis Bacon, amigo e admirador de Giacometti. “Sempre adorei os retratos de Giacometti, principalmente os feitos a lápis ou a carvão. De tudo o que fez, prefiro mesmo os seus desenhos à escultura”, disse o artista surrealista que redefiniu a arte figurativa do século XX e encontrou o reconhecimento publico após a II Guerra Mundial.

Conhecido pelas suas figuras deformadas, grotescas, Francis Bacon conta entre as suas obras mais famosas o tríptico 'Três Estudos de Lucien Freud', seu amigo próximo, que, em 2013, bateu então todos os recordes de vendas em leilão, comprado por €106 milhões. Sempre preferiu pintar a partir de fotografias e de memória, por permitir-lhe uma maior liberdade criativa do que a imposta por um modelo presencial.