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Cultura

As novas “constelações” da Coleção Berardo

As novas “constelações” da Coleção Berardo
RITA CARMO

Terceiro capítulo de um exercício curatorial que ilumina novos nexos na Coleção Berardo. São pontos de luz

Em “A Origem do Drama Trágico Alemão”, Walter Benjamin afirma que “as ideias relacionam-se com as coisas como as constelações com as estrelas”. Ou seja, as ideias recortam redes de sentido sobre a realidade de onde emergem ou que fabricam. “Constelar” é, pois, um modo de relacionar coisas, como, por exemplo, obras de arte, como o prova este projeto de Ana Rito e Hugo Barata. No seu terceiro capítulo, a dupla parte desta ideia para ensaiar pontuações sobre a montagem da coleção de arte moderna, intervenções cirúrgicas que intercetam narrativas, temporalidades, tipologias e estéticas. Esses lances curatoriais assentam sobre uma transformada apresentação da coleção, que agora inclui secções sobre o suprematismo, a Bauhaus e uma sala Brancusi.

O interessante é, porém, o modo como assim se abrem deslocações na leitura tendencialmente cronológica da montagem. Logo na primeira secção, obras cubistas convivem com máscaras não ocidentais, vistas como preposições artísticas plenas, a que se junta uma contemporânea “Máscara” de Francisco Tropa. Mais à frente, as escultóricas fotografias de Brancusi encontram-se com peças de Claire de Santa Coloma.

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