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Cartas de Manuel Teixeira Gomes a João de Barros. Uma escrita para a posteridade

Manuel Teixeira Gomes foi o sétimo Presidente da República, entre 1923 e 1925. Foi também diplomata e deixou vasta obra escrita
Manuel Teixeira Gomes foi o sétimo Presidente da República, entre 1923 e 1925. Foi também diplomata e deixou vasta obra escrita

Segunda edição das cartas que Manuel Teixeira Gomes mandou a João de Barros, selecionadas por Manuela de Azevedo. Fragmentos de umas memórias que não chegaram a existir

António Valdemar

As memórias de Teixeira Gomes fizeram parte de vários projetos. Memórias políticas com a militância partidária republicana, a carreira diplomática e o exercício da Presidência da República. Memórias literárias resultantes do convívio com escritores, poetas, pintores e músicos. Em Coimbra, onde fez o secundário. No Porto, onde estudou Medicina sem concluir o curso. Em Lisboa, onde frequentou as principais tertúlias do fim do século XIX e começo do século XX. Somem-se as memórias familiares do Algarve — as relações difíceis com o pai e ainda mais difíceis com a mãe, que o deserdou, por viver maritalmente e ter filhos de uma empregada; e as do comerciante de figos com meios para passar metade do ano em viagens através da Europa. Finalmente, as memórias do exílio voluntário, após a renúncia à Presidência da República em 1925, que lhe permitiu retomar com intensidade a escrita. Nunca concretizou o grande livro de memórias que prometeu, mas deixou em correspondência pessoal, política e literária reminiscências de 80 anos de existência repleta de contrastes.

Desde sempre as cartas foram para Teixeira Gomes um modo de comunicar. Publicou em vida três livros de cartas: “Cartas Sem Moral Nenhuma”, “Cartas a Columbano” e “Miscelânea”, com relatos de viagens e reflexões literárias e estéticas. Castelo Branco Chaves também recolhera, no âmbito das edições promovidas em 1960, no centenário do nascimento, outros volumes de correspondência. Mas além da epistolografia coligida em livros existia correspondência inédita e dispersa para amigos, em especial o poeta João de Barros e que o seu filho Henrique de Barros selecionou, incumbindo Manuela de Azevedo da edição. A investigação tem prosseguido com António Barros, o neto de João de Barros, que ficou a cuidar do espolio do avô para novas edições.

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