“Por que razão os jovens quererão ouvir dois velhos de 60 anos?” Conversa com os Pet Shop Boys

Falar de Chris Lowe e Neil Tennant, que se deram a conhecer como Pet Shop Boys nos anos 80, é recordar êxitos como ‘West End Girls’, ‘It’s a Sin’ ou ‘Go West’. Mas falar deles é, também, reconhecer que são uma das poucas bandas de pop eletrónica que, sem grandes passos em falso, tem construído uma discografia pautada pela consistência e um olhar atento às tecnologias que ajudam a manter vivo um género musical ultrassaturado. O décimo quarto álbum, “Hotspot”, gravado nos históricos Hansa Studios, em Berlim, chega num dos períodos mais ativos da dupla para encerrar uma trilogia produzida pelo mago das eletrónicas Stuart Price (também colaborador de Madonna). Lowe, o discreto homem dos sintetizadores, falou-nos sobre as novas canções, a vindoura digressão de grandes êxitos e a vontade de regressar a palcos portugueses.

Enquanto amantes da música sintetizada, como olham hoje para este longo caso amoroso entre a pop e a eletrónica?

Tenho de confessar que não ouço muita música pop. Costumo ouvir programas de música de dança na rádio e vejo que está constantemente a mudar e a desenvolver-se com novas tecnologias. Há sempre novos sons a surgir, novo software de teclados, por isso estou sempre a tropeçar em sonoridades interessantes. E há sempre pessoas novas a chegar que empurram a música para direções novas e interessantes. Os efeitos vocais ainda andam aí por todo o lado, não é? Ouvimos o novo single do Justin Bieber e continua a usar-se esse tratamento na voz... Tendo a gostar de música um pouco mais eufórica, portanto não sou grande fã desta música pop com infusões R&B que parece ser muito popular agora.

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