O caso “deveras lamentável” que envolve o streaming e o filme que chega com estrondo: a lista e a análise dos nomeados para os Óscares 2020

Crítico de Cinema
Com seis nomeações, entre as quais a de Melhor Filme e de Melhor Realização, “Parasitas”, de Bong Joon-ho, é o improvável filme asiático metido na contenda entre os pesos pesados que já se esperavam - “Joker”, com onze nomeações lidera, logo seguido, todos com dez, por “The Irishman”, de Martin Scorsese, “Era uma Vez... em Hollywood”, de Quentin Tarantino e “1917” de Sam Mendes.
O cinema coreano chega a Hollywood com estrondo, tanto mais que assegura nomeações em todas as categorias que definem o cinema enquanto arte autónoma: realização, argumento e montagem. É bom ver a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas reconhecer um dos grandes filmes de 2019 - o melhor na minha particular opinião - dando um empurrão a que mais gente acorra a vê-lo em sala (em Lisboa ainda está em exibição...)
Em sala, digo bem, porque uma parte importante dos nomeados deste ano - “The Irishman”, “Marriage Story”, de Noah Baumbach e “The Two Popes”, de Fernando Meirelles - só podem, em Portugal, ser vistos em ‘streaming’, o que é deveras lamentável. O filme de Meirelles garantiu presença dos dois atores centrais nas nomeações - Anthony Hopkins na categoria de secundários, Jonathan Pryce na dos atores principais
Scarlett Johansson, estupenda em “Marriage Story” por onde está nomeada como atriz principal, consegue a proeza de estar também nomeada como secundária (por “Jojo Rabbit”) - repetindo o que os BAFTA tinham feito há poucos dias.
A Netflix reforça substancialmente a sua presença nos Óscares, correspondendo ao investimento que tem vindo a efetuar. Veremos se conseguirá fazer o mesmo quanto aos prémios ou se ficará pelas nomeações. Não é certo que o conjunto da indústria olhe com benevolência para esta plataforma ávida de conteúdos a ponto de combater o mercado tradicional do cinema. Saberemos no dia 9 de Fevereiro, quando as estatuetas douradas forem entregues.
Fora o inusitado caso de “Parasitas” - nunca um filme asiático chegou tão alto nas nomeações para os Óscares - não há surpresas na lista que a Academia divulgou ao princípio da tarde. Tudo aconteceu dentro do que parecia expectável. Quase todos os nomes que vinham a ser falados como ‘oscarizáveis’ compareceram, incluindo Renée Zellweger que tanto se esforçou, em “Judy”, para lá chegar.
A única gritante ausência é, no campo da animação, “Frozen II - O Reino do Gelo” que não aparece na lista final de candidatos e se ficou pela canção. Será caso para dizer que as crianças que adoram a princesa Elsa vão ficar desoladas?
MELHOR FILME
MELHOR REALIZAÇÃO
MELHOR ATRIZ
MELHOR ATOR
MELHOR ATRIZ SECUNDÁRIA
MELHOR ATOR SECUNDÁRIO
MELHOR ARGUMENTO ORIGINAL
MELHOR ARGUMENTO ADAPTADO
MELHOR FILME ESTRANGEIRO
MELHOR DOCUMENTÁRIO
MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO
MELHOR CURTA-METRAGEM DOCUMENTAL
MELHOR CURTA-METRAGEM
MELHOR CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO
MELHOR FOTOGRAFIA
MELHOR PRODUÇÃO ARTÍSTICA
MELHOR MONTAGEM
MELHOR CARACTERIZAÇÃO
MELHOR GUARDA-ROUPA
MELHOR BANDA SONORA ORIGINAL
MELHOR CANÇÃO
MELHOR MONTAGEM DE SOM
MELHOR MISTURA DE SOM
MELHORES EFEITOS VISUAIS
A cerimónia dos Óscares acontecerá a 9 de fevereiro em Los Angeles, Califórnia, e não terá um apresentador anfitrião, repetindo-se o que aconteceu em 2019.
A 92ª edição do evento será transmitida em direto, a partir das 01h00, nos canais FOX e FOX Movies. Na FOX os espectadores têm a possibilidade de assistir à gala na íntegra, com comentários em português. No FOX Movies será emitida a versão original, sem locução ou tradução.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt