Cultura

Amarelo, a cor do sucesso

A série “Os Simpsons” estreou-se em 1989, como spin-off de “The Tracy Ullman Show”
A série “Os Simpsons” estreou-se em 1989, como spin-off de “The Tracy Ullman Show”
IMAGENS FOX

“Os Simpsons” estão de regresso ao FOX Comedy para a vigésima sétima temporada da série de animação. 
O encontro com a família de Springfield está marcado para segunda-feira

Amarelo, a cor do sucesso

João Miguel Salvador

Coordenador digital

Os Simpsons” mantêm-se na televisão desde o final da década de 1980 — e a série parece estar pronta para permanecer na grelha durante os próximos anos —, mas que histórias haverá para contar, desde 1989, sobre a mesma família? Nomeada para um Globo de Ouro e vencedora de 28 Emmys, já teve várias vidas e chegou ao cinema e aos videojogos, sem esquecer o parque temático na Universal Studios ou a estrela no Passeio da Fama de Hollywood, mas é no pequeno ecrã que continua a captar a atenção dos seus fiéis seguidores com novas peripécias.

De acordo com o canal, os problemas matrimoniais vão assombrar a relação de Homer e Marge, com o casal a ter de enfrentar uma separação em tribunal e Homer a iniciar uma relação com uma mulher mais jovem, mas a mudança no rumo da história não durará muito tempo. É já certo que a família não vai separar-se e não é apenas ao núcleo que “Os Simpsons” se mantêm fiéis.

A narrativa não linear é um dos segredos para o sucesso e a nova temporada trará outras novidades nesse campo. A título de exemplo, e tendo em conta que isto acontecerá ao longo de vários episódios, Selma e Patty decidem deixar de fumar, Homer vai jogar póquer e perde 5 mil dólares, a casa da família é assaltada e o pai acorda com amnésia, numa temporada onde não faltarão também episódios especiais. Num dos capítulos, as radiações vão dar superpoderes a Lisa, Bart e Milhouse e, noutro, Bart acaba morto por Sideshow Bob. Tudo acontece na versão 27 do clássico ‘Treehouse of Horror’, no entanto esta não é a única semelhança entre as várias temporadas da série passada na cidade de Springfield.

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A verdade é que o tempo parece não passar em “Os Simpsons”. Mesmo que Homer já tenha mudado de emprego centenas de vezes (e pareça que nenhum é o ideal para ele) e Bart já tenha chegado ao final do ano letivo (e respetivo exame final) vezes sem conta, Maggie continua a ser bebé e os temas da atualidade são explorados na série como se não estivessem completamente ligados à realidade. Às vezes até a antecipam, como no episódio ‘Bart to the Future’ em que Lisa chega à presidência depois de Trump.

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O argumento certeiro sempre foi o principal ativo da série e os responsáveis pelo guião já ganharam diversos prémios ao longo da carreira, mas agora foi a vez de o argumentista, realizador e produtor James L. Brooks ser distinguido pelo Writers Guild of America West. O sindicato de argumentista decidiu atribuir-lhe o Prémio Laurel no último domingo, em reconhecimento pela sua carreira na escrita para televisão e cinema. “As suas personagens falam como se de pessoas reais se tratassem e os seus guiões são como vida”, expressou o painel responsável pelo prémio.

SEM FIM À VISTA

Apesar da longevidade da série na televisão, a FOX não pretende pôr um ponto final a “Os Simpsons” num futuro próximo e considera que esta tem um lugar especial dentro da oferta dos canais do grupo. À conversa com os jornalistas numa visita de imprensa à Television Critics Association, a CEO da FOX expressou a sua confiança nos criadores e mostrou que continuam a surgir novas ideias para dar continuidade à produção de animação. “Não quero estar [numa FOX] sem ‘Os Simpsons’”, anunciou Dana Walden em tom de brincadeira, justificando a opção estratégica com a criatividade de James L. Brooks e Matt Groening, que “continuam a inovar com todo o entusiasmo”.

Para a responsável máxima da FOX, nem sequer faz sentido pensar para já num fim para a família amarela. “As histórias são tão frescas que não consigo ver um fim para esta narrativa”, expressou em consonância com o canal que dirige, que já renovou “Os Simpsons” até à temporada 30. “Em parte, o que continua a manter a série atual é a vontade de experimentar [dos argumentistas]”, considera, avançando que estes “têm imensas ideias” para episódios especiais ainda por executar.

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Segundo Walden, “Jim [Brooks] adora novas tecnologias e passa o tempo a encontrar-se com a Google”, pelo que podem esperar-se novidades neste campo. O futuro da família amarela, que nasceu no “The Tracy Ullman Show” e que se tornou independente do programa, depois das 30 temporadas ainda não é certo, mas é expectável que se mantenha nos canais FOX por vários anos.

A temporada 27 de “Os Simpsons” — que conta com as participações especiais de Kristen Bell, Nick Kroll, Edward James Olmos, Blake Anderson, David Copperfield, Lena Dunham e Yo-Yo Ma — tem estreia marcada para esta segunda-feira, pelas 19h, no FOX Comedy, numa altura em que a casa-mãe já transmite a temporada 29.

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