Coronavírus

Covid-19. Agência Portuguesa do Ambiente atenta à central nuclear de Almaraz  

Covid-19. Agência Portuguesa do Ambiente atenta à central nuclear de Almaraz   
joão carlos santos

A atual crise pandémica está a afetar também o funcionamento de centrais nucleares como a de Almaraz. Autoridade ambiental portuguesa diz estar a monitorizar a situação

Covid-19. Agência Portuguesa do Ambiente atenta à central nuclear de Almaraz   

Carla Tomás

Jornalista

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) diz estar “a acompanhar de perto as questões relacionadas com as centrais nucleares em Espanha, e em especial a Central Nuclear de Almaraz”, dada a sua maior proximidade com a fronteira portuguesa. A autoridade ambiental nacional também garante que “mantém a operação da Rede Nacional de Alerta de Radioatividade no Ambiente (RADNET)”.

A garantia surge após notícias de que a pandemia de coronavírus levantaria questões de segurança, já que a central de Almaraz estará a funcionar com um terço ou menos dos funcionários. “Dos 800 trabalhadores só um terço está a trabalhar no turno da manhã, por muitos estarem de quarentena, e o Exército substituiu a Guarda Civil”, indica ao Expresso o ambientalista António Eloy, dirigente do Observatório Ibérico de Energia, preocupado com as questões de segurança que se levantam.

Segundo o jornal espanhol ‘Hoy’, a direção da Central de Almaraz ordenou que fosse medida a temperatura corporal a todos os funcionários que entrem no recinto, ficando inibidos de trabalhar todos os que registam mais de 37,3º. E decretou que cada secção deve ter metade dos trabalhadores a funcionar por turnos, para maior distanciamento social.

A operação de recarga de combustível, prevista para o domingo de 29 de março, foi adiada para 14 de abril, e prevê-se que implique uma paragem mais curta do que o habitual e apenas 200 em vez de perto de mil trabalhadores.

O Conselho de Segurança Nuclear (CSN) espanhol ainda não tomou nenhuma decisão sobre a paragem dos reatores espanhóis em consequência da actual crise pandémica. E, segundo a APA, de acordo com “a informação divulgada tanto pelo CSN como pelo Foro Nuclear (associação do setor nuclear de Espanha), as centrais nucleares adotaram as medidas recomendadas pelas autoridades para dar resposta à epidemia de covid-19, nomeadamente para a proteger os trabalhadores e garantir o normal funcionamento das instalações”.

Quanto à substituição da Guardia Civil por elementos do Exército, foi uma decisão que abrange não só Almaraz (Cáceres), como as centrais nucleares de Cofrentes (Valência) e Trillo (Guadalajara), para “permitir que o trabalho da Guarda Civil se concentre nos aspetos relacionados à gestão da covid-19”, indica a APA.

A autoridade nacional em termos ambientais esclarece também que “foi elaborado um documento europeu pelo Joint Research Centre (JRC) com o título “Continued safe operation of NPP during the Corona virus pandemic”, que apresenta algumas conclusões do trabalho já realizado pelos Estados Membros e efetua recomendações de ações para salvaguarda da segurança da centrais nucleares da União Europeia”.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: ctomas@expresso.impresa.pt

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