Luís Gaspar distinguido como um dos mais promissores chefs do mundo

O chef Luís Gaspar acaba de ser distinguido com o Prémio Chef de L’Avenir (Chefe do Futuro), atribuído anualmente pela Academia Internacional de Gastronomia a uma curta lista de cozinheiros cujas carreiras prometem dar que falar. Uma distinção que deixa Luís Gaspar, responsável pelas cozinhas dos restaurantes Sala de Corte, Brilhante e Pica-Pau, do grupo Plateform, “muito feliz, emocionado e orgulhoso”.
Com sede em França, a Academia Internacional de Gastronomia distingue personalidades e instituições de nível internacional no sector da gastronomia. Na cerimónia de entrega do prémio, que tem lugar em Lisboa, no Grémio Literário, Luís Gaspar será reconhecido pela Academia como um dos “chefs para o futuro”. “É um prémio muito especial e com grande expressão na minha carreira, principalmente, por ser atribuído por cozinheiros e gastrónomos. É o reconhecimento do meu trabalho e da minha dedicação e entrega nestes últimos anos a toda a causa gastronómica”, explica Luís Gaspar, de 32 anos, cujo percurso tem tido um grande enfoque no contributo para a valorização da gastronomia portuguesa. “Vou querer sempre promover o património gastronómico português, o receituário tradicional, os pequenos produtores e os produtos locais. É essa a minha forma de estar enquanto cozinheiro, o caminho que tenho feito e que irei certamente continuar a fazer”.
Luís Gaspar considera que esta distinção é também o “reconhecimento do sucesso” dos projetos que tem desenvolvido “com Rui Sanches e toda a fantástica equipa da Plateform” nos últimos oito anos, a quem, a par da sua família, dedica este prémio. Além da alegria, expressa também a “enorme responsabilidade” que tal reconhecimento comporta: “Tenho um enorme respeito e admiração por muitos dos chefes que já ganharam este prémio em Portugal, como José Avillez, David Jesus, João Oliveira, Rui Silvestre, Filipe Carvalho ou Vasco Coelho Santos, todos eles uma referência pelos seus percursos e pelos projetos em que estão envolvidos”.
“Sinto que esta é, também, uma oportunidade para dar continuidade ao trabalho que todos eles têm feito pela gastronomia portuguesa, dentro e fora de portas”, acrescenta. O prémio Chef de L’Avenir existe desde 1996, e é uma das várias distinções atribuídas pela Academia Internacional de Gastronomia.
Criativo, metódico, plural: Luís Gaspar é o que podemos chamar “planeador perfeito”. Coordena conceitos, equipas e métodos, e nunca diz que não a novos desafios. Reza a história que Luís Gaspar sempre quis estar entre os tachos. Quando era miúdo, adorava passar horas ao fogão com a mãe, portanto, não foi uma surpresa quando aos 15 anos decidiu entrar na Escola Profissional de Leiria, cidade onde nasceu, em 1991.
Findo o curso, começou o seu percurso com o prestigiado chef francês Aimé Barroyer no Hotel Pestana Palace, onde ficou dois anos. Passou depois para o Hotel Grande Real Villa Itália, onde esteve outros três. Pelo caminho cruzou-se com Henrique Sá Pessoa num evento gastronómico, acabando por se juntar a ele no Cais da Pedra e, posteriormente, na abertura do seu espaço homónimo no Mercado da Ribeira. Tinha 24 anos quando foi convidado por Rui Sanches, CEO da Plateform, a abraçar a liderança da cozinha da Sala de Corte. Um cargo e desempenho que não passaram indiferentes aos holofotes da gastronomia nacional e internacional, tendo conquistado o 34.º lugar no ranking das melhores steakhouse do mundo, atribuído pela World’s Best Steakhouses. Tido como um dos talentos nacionais a manter debaixo de olho, arrecadou nos últimos anos várias medalhas ao serviço da Equipa Olímpica Júnior e Sénior de Cozinha, nas Olimpíadas da Gastronomia. Em 2017, venceu o Chefe Cozinheiro do Ano, o mais importante concurso de cozinha profissional em Portugal, seguindo-se a distinção como ‘Best Promising Chef of Portugal’, pelo festival Open Restaurant onde representou o país. O ano de 2022 foi um período de afirmação da identidade enquanto cozinheiro, com a abertura do Pica-Pau, restaurante de cozinha tradicional portuguesa, no Príncipe-Real, e do Brilhante, inspirado nos antigos cafés lisboetas, onde o menu apresentado é uma homenagem aos clássicos da culinária. O prémio internacional Chef de L’Avenir, atribuído agora pela Academia Internacional de Gastronomia, vem firmar, ainda mais, o percurso de excelência.
Mais prémios…
A academia internacional entregou ainda os prémios "Sommelier" a Ricardo Morais (restaurante JNcQUOI, em Lisboa), "Littérature Gastronomique" a Ana Marques Pereira, pelo livro "Luís Stau Monteiro, gastrónomo", "Chef Pâtissier" a Ana Patrícia Correia, do Marupiu (Famalicão), e Multimédia a Joana Barrios, pelo programa "O da Joana", Canal 24 Kitchen.
Já a Academia Portuguesa de Gastronomia distinguiu, com o grande prémio, o decano dos jornalistas gastronómicos Manuel Gonçalves da Silva, que considerou "uma referência de profissionalismo, rigor e dedicação, a todos os títulos excecionais, que em muito tem contribuído para o desenvolvimento da gastronomia e salvaguarda do património gastronómico nacional".
A academia portuguesa atribuiu ainda o prémio Cozinha Tradicional Portuguesa - Maria de Lourdes Modesto, ao restaurante Cozinha do Manel (Porto), pelas "mais de três dezenas de anos com uma qualidade muito constante", que o tornaram "um paradigma da cozinha tradicional" e "que se tem mantido inalterado".
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