O mais brilhante “Bife à Marrare” serve-se neste novo e discreto restaurante do Cais do Sodré
Agora chama-se “Bife à Brilhante”, mas recupera a receita original, com um “twist” de Luís Gaspar. É servido num ambiente dos cafés de Lisboa da década de 60 e 70, no novo restaurante do Cais do Sodré, de ambiente intimista e elegante.
Está de regresso à cidade de Lisboa o “glamour” e a sofisticação dos míticos cafés lisboetas que marcaram as décadas de 60 e 70 do século passado. Num ambiente intimista, elegante e cuidado, o novíssimo restaurante Brilhante, recupera os ambientes dos couros, dos veludos e dos dourados, que habitualmente decoravam os mais tertulianos dos cafés e restaurantes da capital. A própria carta, criada pelo chef Luís Gaspar, que surpreendeu várias vezes, por exemplo, no vizinho Sala de Corte, é também ela uma viagem pelos clássicos, de inspiração francesa, com técnica, bons produtos e apresentações requintadas.
Restaurante Brilhante
A mais brilhante estrela da carta é o famoso “Bife à Marrare”, quase desaparecido das ementas lisboetas, com a particularidade, diz Luís Gaspar, de “ser novamente levado à mesa, a menos de 200 metros do local onde foi servido pela última vez”. Num breve mergulho pela história, recorde-se que o criador do célebre bife, António Marrare, cidadão napolitano, se fixou em Lisboa no final do século XVIII, onde foi dono de vários cafés. O primeiro estabelecimento era perto do Teatro de São Carlos, e as outras casas foram abertas no Cais do Sodré, no Chiado e na Rua dos Sapateiros. Todos foram locais de reunião da mais elitista sociedade lisboeta.
O Brilhante assume-se como um tesouro por descobrir no eclético Cais do Sodré e um convite à elegância e aos ambientes clássicos das brasseries francesas. Tem como particularidade o facto de a cozinha estar localizada no centro do restaurante, rebaixada, colocando a equipa de cozinha o nível dos clientes. O imponente balcão torna-se, assim, plateia privilegiada para o “bailado” gastronómico que se opera na preparação dos pratos, com o chef Luís Gaspar como solista principal. Tem 25 lugares disposição e mais 40, distribuídos pelas laterais, com mesas para duas ou quatro pessoas.
Antes de chegar ao menu do Brilhante, uma nota para a impressionante garrafeira, logo na entrada, do lado oposto ao balcão, onde emanam as mais de 50 referências de whisky, a destilada de eleição, cuja oferta contempla exemplares raros e difíceis de degustar noutros espaços da capital, como o “Kavalan Solist Vinho Barrique” de Taiwan, o mais raro da lista.
Restaurante Brilhante
Regressando às propostas gastronómicas, o Brilhante aposta todas as fichas no “Bife à Brilhante”, inspirado, como referido, no clássico lisboeta “Bife à Marrare”, mas aperfeiçoado pelo chefLuís Gaspar e pela sua equipa. Antes de chegar à mesa é precedido por uma “Baguette, Manteiga Fumada e Rillettes de Pato” (€3,50), caseiras, sendo o pão estaladiço, combinando na perfeição com a manteiga, fumada a frio, terminada com flor de sal. Seguem-se o “Salmão Gravlax” (€14) com blini e crème fraîche, o “Creme de Lavagante” (€24), o ligeiramente apimentado “Bife Tártaro” (€24) e os “Croquetes de Novilho” (€6) acompanhados com uma seleção de mostardas. Impressionante e também preparado de raiz na cozinha do Brilhante, é o “Foie Gras Torchon” (€18) com compota de chalota e um estaladiço brioche a acompanhar.
Foie Gras Torchon
Nos pratos principais da ementa do Brilhante surge com grande destaque o já referido “Bife à Brilhante”, da vazia (€22) ou do lombo (€28), que pode receber como extras, um ovo estrelado, um escalope de Foie Grãs ou Lavagante. Depois, mais três pratos concluem a oferta, o “Linguado Meunière” (€38), o “Arroz de Lavagante” (€45), e a opção vegetariana da “Beringela alla Parmigiana” (€18).
Soufflé de Pistácio
Também conservadoras, as propostas de sobremesas do Brilhante passam pelo “Soufflé de Pistácio” (€14), que poderá ser, consoante a oferta da estação, de avelãs ou nozes pelo “Dôme au Chocolat” (€10), pelo “Crème Brulée” (€10) e por uma perfeita “Tarte Tatin” (€10) servida com gelado de baunilha de Madagáscar. Há ainda uma cuidada “Seleção de Queijos” (€14). O restaurante Brilhante (Rua da Moeda, Lisboa. Tel. 210 547 981) não encerra.
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