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Roteiro para descobrir a lezíria, com partida e chegada a Santarém

Santarém
Santarém
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A herança avieira é um dos melhores exemplos da ligação desta região ao rio Tejo, onde foi buscar nome, com as lezírias a motivarem outras tantas tradições e muitas experiências de turismo e lazer, em que o mundo equestre assume particular destaque. Santarém é ponto de partida para um roteiro pelo Ribatejo

Chamam-lhe a Capital do Gótico pelos monumentos que, ao longo de séculos, se ergueram pela cidade, dedicados a este estilo arquitetónico e artístico, alguns desaparecidos devido ao terramoto de 1755. Mas é também uma cidade de grande fervor religiosos, com várias igrejas como as de Nossa Senhora da Piedade, Marvila, Santa Clara, Santíssimo Milagre, Misericórdia, Jesus Cristo, Seminário, Santa Cruz, Santa Iria, São João de Alporão, onde se localiza o Museu Arqueológico, com a cabeceira construída em estilo gótico, um dos primeiros exemplos da aplicação deste estilo arquitetónico em Portugal. Santo Estevão, São Nicolau, na famosa e inigualável Igreja da Graça, onde repousam os restos mortais de Pedro Alvares Cabral, no Convento de São Francisco ou Capela de Nossa Senhora do Monte são outras das igrejas que merecem uma visita. Esta devoção é também representada pelo facto de Santarém ser cidade de passagem da rota central do Caminho Português de Santiago com origem em Lisboa.

Santarém, a Capital do Gótico

Qualquer visita deve sempre começar pelas Portas do Sol, a alcáçova do antigo castelo que D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, tomou de surpresa aos mouros, numa escalada noturna em 1147, e o mais famoso dos miradouros da cidade, com vista para o Tejo e para a Lezíria, e depois percorrer as ruas do centro, a maioria pedonais, onde as cores e os aromas se misturam. Procure a Torre do Relógio, do século XIV, hoje Núcleo Museológico do Tempo e também chamada Torre das Cabaças.

Aproveite as indicações do Posto de Turismo e faça um ou vários percursos pedestres previamente desenhados, como o da “Encosta do Sol” com partida e chegada do Miradouro de S. Bento, o percurso “Tejo à vista”, da Ribeira de Santarém às Ominas, ou o percurso “Aos Pés do Tejo” da Ribeira de Santarém a Vale Figueira.

Portas do Sol

Retempere forças na Pastelaria Bijou, aberta desde 1947, onde são servidos Pampilhos, feitos à base de doce de ovos, os Celestes de Santa Clara, doce conventual com amêndoa, e os Arrepiados, uma espécie de bolachas com igual quantidade de açúcar e de amêndoas. Mas a gastronomia local é muito mais do que os doces. Recorde-se que o Festival Nacional de Gastronomia é o maior do país, e AQUI, pode encontrar os melhores restaurantes da cidade.

Escaroupim
Divulgacao

O Tejo é o influenciador maior da cultura e da paisagem, destacando-se os mouchões, que são pequenas ilhas que emergem ao sabor dos caudais. A Rota da Cultura Avieira é sempre uma forma diferente de descobrir estes ilhéus ou apreciar os cavalos na margem. A origem dos avieiros remonta a meados do século XIX, quando famílias inteiras de pescadores da zona de Vieira de Leiria começaram a deslocar-se para as zonas ribeirinhas do Tejo, que habitavam nas margens do rio, em casas construídas sobre estacas, para dominar as subidas e descidas do caudal dos rios. Chegaram a existir mais de 80 povoados palafíticos, hoje são cerca de uma dúzia.

No cais de Valada, no Cartaxo, é possível embarcar num passeio pelo rio e apreciar estas construções únicas, bem como a fauna e flora, entre garças e águias pesqueiras. A Rio-a-Dentro (Tel. 915880518), com sede na emblemática aldeia de Escaroupim, é uma das entidades promotoras de passeios no Tejo, por canais secundários, ilhas, como a dos Amores, a dos Cavalos ou das Garças, recantos mágicos, lugares únicos e secretos, e cavalos nas ilhas e praias. As viagens são feitas ao sabor das águas e da corrente, silenciosamente, por entre as margens verdejantes de salgueiros e freixos.

Falua
RPVeiga

Nesta viagem pelo Ribatejo, importa ainda conhecer as tradições associadas à produção vínica. Faça, por isso, um desvio até à Vinha do Convento, em Almeirim, onde se estendem 40 hectares de vinha plantada em calhau rolado, sem areia. Propriedade da Falua, esta vinha foi construída num antigo percurso do Tejo, que cavou o terreno, deixando um rasto pedregoso a caminho da foz. É a única vinha plantada neste tipo de solo em Portugal. Neste roteiro enoturístico sugerem-se também paragens em espaços que são verdadeiros museus, como a Quinta da Alorna, e que é também criadora de cavalos de raça Lusitana, ou na moderna Fiuza & Bright, cuja adega foi objeto de uma intervenção artística por dois conhecidos graffitters portugueses que transformaram o edifício, aliando arte e vinho num só espaço. Existem vários programas de enoturismo, uma oferta que se alarga a outras propriedades como a Quinta da Lagoalva de Cima ou a Casa Cadaval com 400 anos de história.

Quinta da Cabrita

Descanse em plena lezíria no Hotel de Charme Casa da Amieira, com 12 alojamentos, ou na Quinta do Cabrita, um pequeno refúgio apenas com cinco quartos à volta de uma piscina.

Saiba mais sobre Santarém, que entre os dias 9 e 23 de fevereiro recebe a exposição “50 Anos de Expresso”, com o programa Boa Cama Boa Mesa na SIC Notícias:

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