Morreu Tina Turner, aos 83 anos

Tina Turner, a ‘Rainha do Rock and Roll’ morreu “pacificamente” esta quarta-feira, aos 83 anos, após uma longa doença, na sua casa na Suíça. Deixa um legado ímpar
A cantora Tina Turner morreu esta quarta-feira, aos 83 anos, informou o seu porta-voz. A notícia foi avançada em comunicado enviado às redações, onde pode ler-se que "Tina Turner, a 'Rainha do Rock'n Roll' morreu pacificamente hoje, aos 83 anos, após uma longa doença, na sua casa em Kusnacht, perto de Zurique, na Suíça. "Com [a partida] dela, o mundo perde uma lenda da música e um exemplo", escreveram também.
Nascida em Brownsville, nos Estados Unidos, a 26 de novembro de 1939, Tina Turner foi uma das cantoras de rock e rhythm & blues mais bem-sucedidas de sempre, ficando imortalizada em sucessos como ‘The Best’, ‘Proud Mary’, ‘Private Dancer’ ou 'What's Love Got to Do With It'.
“Sou uma miúda de um campo de algodão que conseguiu superar toda a destruição e erros. E estou aqui para vocês”, dizia a artista norte-americana, que tinha como nome de batismo Anna Mae Bullock, no documentário biográfico “Tina”, lançado em 2022 na plataforma HBO Max, apesar da idade avançada e da doença contra a qual já lutaria.
A morte de Tina Turner, que esteve em Portugal para concertos de estádio em 1990 e em 1996, já foi lamentada por músicos como Mick Jagger, dos Rolling Stones, Brian Wilson, dos Beach Boys ou Bryan Adams, e até pela NASA - a agência espacial norte-americana escreveu que a cantora “brilhará eternamente entre as estrelas.”
Grande intérprete e performer do século XX, foi criada em Nutbush, no estado do Tennessee (cidade mais tarde imortalizada na canção ‘Nutbush City Limits’). Começou por cantar no coro da igreja, até convencer Ike Turner a deixá-la entrar na sua banda. Foi ele que a ‘batizou’ como Tina Turner, registando o seu nome artístico, para o caso de, um dia, a cantora querer deixar a banda e poder ser substituída.
Os maus tratos físicos e o controlo exercido por Ike Turner foram detalhados na biografia de Tina Turner, “My Love Story”, de 2018, na qual a artista recordou: “Ele precisava de me controlar, economica e psicologicamente, para eu nunca poder deixá-lo.”
Nos anos 60, Ike & Tina Turner obtiveram grande sucesso nos Estados Unidos, em disco e ao vivo. Na segunda metade dos anos 60, trabalharam com Phil Spector (que produziu ‘River Deep - Mountain High’), abriram concertos dos Rolling Stones (Mick Jagger já lamentou a sua morte) e ganharam vários Grammys. Em 1976, Tina Turner deixou Ike, profissionalmente e enquanto marido - o divórcio foi oficializado em 1978, depois de 16 anos de uma relação marcada pela violência e infidelidade de Ike Turner.
Depois da separação, Tina Turner, que em tribunal obteve direito apenas a dois automóveis e a usar o seu nome artístico, prosseguiu a sua carreira a solo, que descolou em 1984, com o álbum “Private Dancer”. Sucederam-se numerosos êxitos nos anos 80 e 90, década em que visitou Portugal para um concerto no Estádio de Alvalade, em 1990, e outro no Estádio do Restelo, em 1996.
Em 2000, aos 61 anos, anunciou a sua reforma, voltando aos palcos em 2008 para cantar nos Grammys com Beyoncé - que a elege como uma das suas grandes influências - e para uma derradeira digressão, assinalando os 50 anos da sua carreira.
Em 2013, Tina Turner voltou a casar, com Erwin Bach, empresário musical de nacionalidade alemã com quem já vivia há 27 anos. Nesse mesmo ano, renunciou à sua nacionalidade norte-americana, tornando-se cidadã suíça.
Dois dos quatro filhos de Tina Turner já morreram: Craig Raymond Turner, que nasceu quando Tina tinha apenas 18 anos, suicidou-se em 2018, e Ronnie Turner, filho da sua relação com Ike Turner, morreu em 2022, vítima de complicações causadas pelo cancro do cólon de que sofria. Tina Turner deixa o marido e os dois filhos de Ike Turner, Ike Turner Jr e Michael Turner, que adotou quando se casou pela primeira vez.
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