Nick Cave deixou palavras pouco simpáticas para com a tecnologia de inteligência artificial ChatGPT: “Vai-te lixar e deixa a escrita de canções em paz”.
Em entrevista à “New Yorker”, e já depois de ter deixado bem clara a sua posição em relação a esta plataforma, o músico explicou que o problema não é a inteligência artificial em si. “Estamos inextricavelmente submersos em inteligência artificial”, disse.
Questionado sobre se o ChatGPT nos levaria a apreciar mais o trabalho criativo, Cave preferiu assumir a sua tristeza e desapontamento para com o facto de “haver pessoas inteligentes que acham o ato criativo tão mundano, que pode ser replicado por uma máquina”.
“Sinto-me insultado por isso”, vincou. “Não há nenhum motivo para se inventar uma tecnologia que possa imitar o ato criativo mais belo e misterioso. Especialmente no que toca a escrever canções. O que há de bom em compor uma canção, é que te diz algo sobre ti que não sabias antes. Não dá para imitar isso”.
“Talvez a inteligência artificial consiga compor uma canção que seja indistinguível daquilo que faço. Talvez consiga compor uma canção melhor. Mas isso para mim pouco importa - a arte não é isso. A inteligência artificial pode vir a salvar o mundo, mas não salvará as nossas almas”, rematou.
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